IMÓVEIS NOVOS ESTÃO ATÉ 25% MAIS CAROS

Quem planeja comprar imóvel novo, se esperar até o fim do ano pode barganhar preços menores. Isso porque os valores praticados subiram tanto de 2010 para cá que, quando a empolgação do mercado imobiliário começou a esfriar, o ritmo de vendas tornou-se mais lento. "Havia euforia tanto por parte dos construtores como dos compradores e todas as unidades de um lançamento chegavam a ser vendidas em um mês. Hoje, o ritmo já se normalizou, e o prazo tem sido de seis meses a um ano", revela o diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompéia.

A tendência, portanto, é de que os custos diminuam e voltem a representar o real valor dos imóveis. "Já era para estar ocorrendo essa queda nos preços, porém, o mercado imobiliário leva tempo maior do que os outros para sentir os efeitos da economia, em torno de seis meses a mais", avalia. "Se ele não baixar o valor, o vizinho dele vai fazer isso para desovar as unidades."

Até maio, porém, os valores na região se mantiveram salgados e até 25% maiores do que os praticados entre janeiro e maio do ano passado. É o caso do metro quadrado de um apartamento de dois dormitórios em São Caetano, que saltou de R$ 4.212 para R$ 5.264, em média. Em Santo André, o cenário é parecido. Em imóvel de dois quartos o valor subiu 24,2%, de R$ 3.587 para R$ 4.457 o m².

Os dados foram levantados por pesquisa realizada pela Embraesp a pedido da equipe do Diário.

Segundo Pompéia, o aumento no custo pode ser justificado, algumas vezes, pela melhora no padrão, como aumento da área útil - o que nem sempre acontece. Um bom exemplo está em São Bernardo, em que um apartamento de dois dormitórios no ano passado com 61 m² era oferecido por R$ 3.822 o m² e, hoje, com 53 m² custa R$ 4.210 o m² - o tamanho diminuiu 13,1%, enquanto que o m² subiu 10,1%, em média.

Em São Caetano, onde a oferta de áreas para a construção de edifícios é ainda menor, a redução no tamanho do apartamento é maior, assim como os valores praticados. Se nos cinco primeiros meses de 2011 um imóvel de três quartos tinha 99 m² e saía por R$ 4.391 o m², no mesmo período deste ano o espaço diminuiu 11,1%, para 88 m² e o m² subiu 25,4%, para R$ 5.508.

"Com a escassez de terrenos, seu custo ficou cada vez mais caro. Além disso, a falta de mão de obra especializada, gerada por conta da velocidade dos empreendimentos, também contribuiu. Hoje, um mestre de obras ganha mais do que um engenheiro, chegando a receber R$ 15 mil por mês. Outro fator foi o preço do cimento e do ferro, que subiu acima da inflação", explica o diretor da Embraesp. O movimento é semelhante ao observado na Capital.

Custo do apartamento usado tem alta de 45%

Seguindo a tendência de alta dos imóveis novos, o preço dos usados disparou neste ano e chega a custar 45% mais do que no primeiro semestre de 2011. Isso é o que aponta pesquisa realizada com imobiliárias do Grande ABC.

"O mercado está descompensado. Muitos dos valores estipulados pelos proprietários são incompatíveis com as unidades. Exemplo é  apartamento de luxo, que está sendo oferecido por R$ 1,8 milhão, mas vale R$ 1,2 milhão. Outro, é um imóvel no Jardim Santo André, (em Santo André)  que estão querendo cobrar R$ 400 mil. É muita coisa", avalia Sheylla Ávila, corretora da Donizete Imóveis, de Santo André.

A explicação, segundo Sheylla, está no fato de, ao colocar à venda seu apartamento para comprar um novo, por exemplo, o proprietário se depara com valor muito elevado e, consequentemente, sobe o custo do seu para não ter que pagar muito na diferença.

Segundo o gerente de vendas da Casari Imóveis, de São Bernardo, Valdecir Lanza, as maiores variações de preços aconteceram com imóveis entre R$ 150 e R$ 250 mil.

MUDANÇA - Devido à excessiva valorização que vem ocorrendo desde 2010, porém, muitas unidades estão encalhadas nos murais eletrônicos das imobiliárias, o que está levando alguns dos donos a baixar os montantes cobrados em torno de 15%.

"Neste mês recebi algumas ligações pedindo para diminuir os valores cobrados. Um apartamento na Vila Floresta (Santo André), por exemplo, estava por R$ 270 mil e, nesta semana, baixou para R$ 235 mil. Outro, na Vila Guiomar (Santo André), diminuiu de R$ 240 mil para R$ 215 mil", conta a corretora da Donizete.

Lanza também tem ajustado os preços a pedidos dos clientes. "Uma parcela dos proprietários já está pedindo para baixarmos por volta de 10%", diz. "No mês passado, fizemos campanha de anúncios com valores menores, para ver se deixa esse mercado mais atrativo."

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