BANCOS PROJETAM AUMENTO DE 30% NO CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Com juros considerados baixos, instituições prometem 

agilidade na liberação da operação

Brasil Econômico - Ana Paula Ribeiro |


A crescente demanda de pessoas físicas por financiamentos imobiliários já é dada como certa pelos bancos neste ano. Para assegurar a maior fatia possível desse público, o mote agora é melhorar sistemas e canais de atendimento. Se tudo der certo, o crescimento será de ao menos 30% nessa carteira dos principais bancos do país.

Até mesmo a líder nesse segmento, a Caixa Econômica Federal, que tem cerca de 70% do estoque total dessas operações, pensa em melhorar os processos internos para não perder mercado. O objetivo da instituição é que toda a parte operacional da contratação seja feita em correspondentes ou de forma centralizada, fora das agências, que ficarão apenas com o atendimento e encaminhamento.

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Segundo o diretor de habitação da Caixa, Teotonio Rezende, parte dessa mudança operacional será possível devido à parceria firmada, no ano passado, com a IBM. O objetivo é chegar ao que o banco chama internamente de “projeto zero papel”. Ou seja, toda a entrega de documentos será feita de forma eletrônica, sem necessidade do cliente se deslocar. A aprovação do crédito sairá em no máximo duas horas e a assinatura do contrato se dará em até 48 horas.



A crescente demanda de pessoas físicas por financiamentos imobiliários já é dada como certa pelos bancos 

“No ano passado o nosso foco foi a redução das taxas, mas agora não há mais muita margem para isso. Os juros não vão mais ser um diferencial. O foco vai ser a qualidade no atendimento”, disse. O banco público espera um crescimento da carteira de 31% em 2013, chegando a R$ 270 bilhões — no ano passado, chegou a R$ 205,8 bilhões. 

No Itaú Unibanco a projeção de crescimento também é de 30%. Em dezembro, o estoque total de empréstimos imobiliários era de R$ 25,8 bilhões, um aumento de 32%. 

Para garantir esse crescimento, o Itaú tem oferecido facilidade aos seus clientes. Uma delas é a possibilidade de financiar as despesas cartoriais e do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) em até 5% do valor do imóvel — esse é o patamar médio para esse tipo de gasto, podendo ser menor em alguns municípios. O banco tenta também ser mais ágil que os concorrentes, aprovando o crédito em até 24 horas, embora a assinatura do contrato leve mais alguns dias. 

No Bradesco as expectativas também são positivas e concentradas, principalmente, nas operações com pessoas físicas. “Esperamos uma produção de crédito imobiliário elevada por causa da demanda de pessoas físicas. Já as construtoras aparentemente estão tendo dificuldade em aprovação de projetos e compra de terrenos”, afirmou o diretor de crédito imobiliário, Claudio Borges. 

A instituição terminou 2012 com uma carteira de crédito imobiliário de R$ 22,311 bilhões, uma elevação de 39,7% em relação ao ano anterior. Para esse ano, o banco não possui projeção de crescimento do estoque, apenas da produção. A expectativa é conceder ao longo do ano R$ 15 bilhões em empréstimos para aquisição e construção de moradias, ante R$ 14,668 bilhões em 2012. 

Segundo Borges, esses desembolsos garantiram uma participação de 19% de mercado ao Bradesco. Para manter ou mesmo elevar essa fatia, o banco afirma que um dos atrativos é a agilidade na liberação do crédito, que em média está demorando 15 dias. “Ganhamos no atendimento e maior eficiência operacional”, explicou. Para conquistar clientes, o banco conta com a base de correntistas, mas também com parcerias com imobiliárias e construtoras. 

O HSBC também tem usado parcerias para elevar a produção do crédito imobiliário. Além da captação de clientes nas agências, o banco tem acordos com construtoras, imobiliárias e um contrato de exclusividade com a Brasil Brokers, uma das maiores redes de imobiliárias do país. “Esses canais trazem clientes que não são correntistas”, diz o diretor de crédito imobiliário, Antonio Barbosa. 

Dos cerca de R$ 1,5 bilhão originados pelo banco em 2012, metade veio desses canais parceiros. A carteira imobiliária do banco chegou em dezembro a R$ 3,5 bilhões, um crescimento de 25%. “Para nós 2013 vai ser melhor. Esperamos crescer mais ou menos 30% sobre 2012”, completou o executivo. 

Na avaliação de Barbosa, o mercado imobiliário está passando por uma readequação. A demanda ainda é aquecida entre as pessoas físicas, mas do lado de incorporadoras e construtoras, há um certo arrefecimento. “É uma readequação de tamanho, apetite e escolha de praças. Algumas estão saturadas”, afirma Barbosa. Para ele, esse quadro só começará a mudar no segundo semestre do ano, com a aceleração dos lançamentos. 

A maioria do crédito imobiliário é feita pelo Sistema Financeiro da Habitação, com recursos da poupança e FGTS, limitado a R$ 500 mil —há uma demanda do setor para que o teto seja ampliado a R$ 750 mil. “O crédito imobiliário é decisivo para o fortalecimento do mercado”, diz o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octavio de Lazari Junior



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