JÁ TEMOS MAIS CORRETORES DE IMÓVEIS DO QUE MÉDICOS


Com quase mil profissionais atraídos pelo ‘boom’ imobiliário, ainda há oportunidades disponíveis no mercado 


O setor imobiliário já dá sinais de estagnação no “boom” que prossegue há alguns anos. Contudo, deixa um legado interessante em Bauru. De 2009 até hoje, o número de corretores de imóveis aumentou quatro vezes na cidade, já superando até a quantidade de médicos. Apesar de um aparente “inchaço” no setor, quem trabalha no ramo afirma que ainda há oportunidades no mercado.

Dados fornecidos pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) apontam que, em 2009, havia 239 profissionais no setor em Bauru. Hoje, quatro anos depois, já são 979 corretores imobiliários.

Para se ter uma ideia, a média durante esse período foi de 185 corretores de imóveis injetados anualmente no mercado de trabalho. Com isso, Bauru passou a ter mais profissionais nesse setor do que outras profissões, como médicos.

É o que aponta a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Segundo os dados mais atualizados do órgão, a cidade tem 905 médicos cadastrados no Conselho Regional de Medicina (CRM).

“O ‘boom’ imobiliário, que foi maior principalmente em 2009 e 2010, atraiu muita gente. As pessoas aproveitaram a oportunidade. Elas percebem que um amigo está ganhando dinheiro e ficam atraídas pelo ramo”, aponta Carlos Eduardo Muniz Candia, delegado regional do Creci.


Entretanto, ele afirma que, mesmo com o provável arrefecimento na explosão imobiliária a partir de agora, ainda há muito mercado a ser explorado.

Confirmação feita também pelo diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) em Bauru, Riad Elia Said. Para ele, o número de corretores acompanhou o “boom” imobiliário na proporção de lançamentos de novos imóveis. “Há muitos lançamentos e financiamentos na cidade. Por isso, ainda vemos que há espaço para os corretores. Eles acompanharam essa tendência”.

O Secovi-SP ainda não tem dados relativos ao ano passado, o que deve ser divulgado ainda este mês. Porém, o órgão informa que, entre 2009 e 2012, foram lançados 5.923 imóveis em Bauru.

Há vagas

Apesar de já ter quase alcançado a marca de 1.000 profissionais, os próprios corretores de imóveis afirmam que ainda há mercado. Rogério Bueno Maia, 33 anos, vai além. Ele, que é corretor e gerente de vendas de uma imobiliária, fala até em déficit de mão de obra.

“Estamos anunciando há um mês que precisamos de corretores. Muitos vêm, mas não preenchem os requisitos. Também preferimos pegar alguém que seja do ramo de vendas, mas que seja iniciante para podermos formá-lo como corretor. Isso é difícil”, explica.

Ele afirma que, só ontem, foram contratados três novos corretores na imobiliária. “Porém, ainda temos um déficit de aproximadamente 15 profissionais”, complementa Rogério Maia, denotando que o setor ainda não “esfriou”.


Como ter o Creci?

A profissão de corretor de imóveis é prevista pela lei federal 6.530, de 1978. Para exercê-la, é preciso registro no Creci, o que necessita de qualificação.

Segundo o site do conselho, o registro pode ser obtido após a pessoa ter o título de técnico em transações imobiliárias ou o diploma de curso superior sequencial e tecnológico de ciências imobiliárias/gestão de negócios imobiliários.

Durante o curso, é obrigatório ainda que o futuro corretor de imóveis ainda tenha estagiado na área. Depois, basta entrar com um pedido no Creci-SP e, caso os requisitos sejam preenchidos, o órgão concede o registro.

Mais informações podem ser obtidas no site www.crecisp.gov.br . Em Bauru, a delegacia regional do órgão fica na avenida Duque de Caxias, 22-67. O telefone é o 3234-5707.


Em meio ao ‘inchaço’, é necessário se destacar

Há vagas, conforme os próprios especialistas no ramo afirmam, porém é preciso se destacar. Com o número crescente de profissionais, os corretores de imóveis precisam ter diferenciais para conseguir fidelizar a clientela.

“Hoje, quanto mais conhecimento, melhor será o corretor. Ele precisa conhecer um pouco de tudo”, aconselha Carlos Eduardo Muniz Candia, delegado regional do Creci.

Em matéria veiculada em agosto de 2011, o JC já apontava essa realidade. A reportagem mostrou a mudança no perfil do corretor de imóveis. Antes, era visto apenas como um intermediário na compra ou locação do imóvel. Com o “boom”, esses profissionais precisaram exercitar uma série de qualificações, que vão desde noções de decoração até conhecimento técnico de construção civil.

Rogério Bueno Maia confirma que é necessário maior qualificação. “Temos vagas, mas é preciso que a pessoa tenha certa qualificação. Acho que um bom corretor precisa, principalmente, saber conversar. Também é necessário que tenha persistência e pró-atividade”, completa o gerente de vendas de uma imobiliária em Bauru.


Corretor aponta que muitos abandonam antiga profissão

Bruno Pina trabalha como corretor imobiliário há 11 anos. Ele confirma que ganhou muitos outros “colegas de trabalho” nos últimos tempos. E, entre esses novos profissionais, muitos exerciam cargos bastante distintos antes de virarem corretores.

“Tenho dois conhecidos que eram advogados e deixaram a profissão para virar corretores imobiliários. Também já vi isso acontecer com engenheiros e vendedores de consórcio, por exemplo”, conta Pina.

Foi o que uma mulher de 42 anos fez há dois meses. Ela ainda nem tem o Creci e, por isso, não quis se identificar, contudo confirma que o mercado realmente é acolhedor.

“Eu trabalhava com vendas, mas resolvi virar corretora de imóveis por uma série de fatores. Além de ver a possibilidade de crescer com a minha própria produtividade, os horários são mais flexíveis”, conta.

Ela relata que, nesse curto período de trabalho, já conta com uma dezena de clientes fixos. “Não me arrependi de trocar de profissão. Acho que o ‘boom’ está se estabilizando, mas ainda tem muito espaço. Não vivi conflitos até agora. Tem é que saber trabalhar”, finaliza. 

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