A CRISE QUE NÃO EXISTE PARA A CRISE DESEJADA

Os meios de comunicação, nos últimos trinta dias, têm dedicado grande parte de seu espaço à crise financeira internacional, que teve origem nos financiamentos imobiliários de alto risco nos Estados Unidos.

Há muitos comentários que esta crise gera efeitos negativos no mercado imobiliário brasileiro, o que tem levado setores envolvidos a anunciarem prováveis medidas de cautela para evitar o seu agravamento.

Alguns pontos, porém, são curiosos e precisam ser levantados para que não se incorra em equívocos que só poderão proporcionar resultados negativos num ambiente de expressiva tranqüilidade.

O primeiro grande erro é debitar à crise financeira internacional o insucesso de empresas imobiliárias que abriram seu capital, fato corrido em larga escala nos anos de 2006 e 2007, período de euforia jamais visto no Brasil e no mundo com o sucesso destes lançamentos que, restava evidente, não poderiam prosperar.

Foi uma corrida para aquisição de terrenos, comprados por preços supervalorizados, num ambiente de absoluta artificialidade que saltava aos olhos dos mais inexperientes e infantis iniciantes deste mercado.

Ficou claro, por inúmeras publicações pela imprensa especializada, que o excessivo investimento em projetos pouco estudados além de campanhas de lançamentos de baixa liquidez destas empresas provocaram expressiva desvalorização em seus papéis e, a partir disso, vieram as absorções das maiores pelas menores e o cancelamento de lançamentos com evidente demonstração de esperado fracasso.

Este foi, sem dúvida, um sinal de absoluto descontrole do setor e evidente insegurança no mercado de capitais, fatos que a Bolsa não perdoa e, aqueles que acreditaram, perderam. A crise neste setor de papéis de empresas imobiliárias é um assunto que nada tem a ver com o mercado imobiliário brasileiro e muito menos com a crise financeira internacional. Tudo é uma questão de gestões equivocadas que cabe aos envolvidos e interessados discutirem. Problema deles.

Outro fato preocupante e de altíssimo risco para a sociedade brasileira vem com anúncio de alta de juros por parte de alguns bancos, se antecipando à crise, buscando uma faixa maior de proteção aos seus investimentos. Isto sim foi o pior que poderia ter acontecido: esses bancos puxam para o mercado imobiliário uma crise que não é dele. O Brasil vive um de seus melhores momentos deste mercado. Preços estáveis, produção crescente, número maior de pessoas com capacidade de crédito imobiliário Não há supervalorização, avaliações excessivas, créditos de risco. Temos uma legislação moderna e que atende as nossas necessidades, tradições, usos e costumes.

Porém, a única coisa que não poderia acontecer é o aumento das taxas de juros, afinal quem deposita na poupança (que é de onde vem os recursos para o financiamento) continua recebendo 6% ao ano e os bancos continuam a pagar este mesmo preço e, no entanto, passaram a vender mais caro. Uma iniciativa ruim que pode provocar recessão no mercado imobiliário, pois a medida é extremamente excludente, e retira a possibilidade de milhares de pessoas alcançarem o crédito imobiliário. Atinge aqueles que compraram na planta e foram, na oportunidade, informados do valor das prestações e, no momento da entrega das chaves, na assinatura do contrato de financiamento serão surpreendidos com valores acima daqueles e, sem dúvida, irão criticar os corretores de imóveis por uma informação não real. Enfim, um desastre provocado.

A revisão de metas anunciada por empresas do setor é daqueles que se envolveram com o mercado de papéis na Bolsa e, portanto sofrem em razão da conseqüência daquele mercado, enquanto as empresas de atividades específicas do mercado imobiliário continuam seu trabalho sólido e firme, como representa o investimento deste setor. Não aconteceram e não acontecerão com o mercado imobiliário as perdas expressivas, tão comuns nas Bolsas de Valores de todo o Planeta. O tijolo continua sendo a moeda mais forte, estável e segura que se conhece.

Acredito ser esta anunciada crise muito mais especulativa que real, pelo menos no mercado imobiliário brasileiro e que, aos poucos, vai favorecer aos especuladores, em evidente prejuízo com quem trabalha e constrói o progresso e desenvolvimento do Brasil. Os corretores de imóveis vão evitar conduzir seus clientes a bancos que tenham suas taxas majoradas a maior.
Não haverá pactuação com medidas recessivas. O Brasil não merece.

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