São Paulo - As vendas de imóveis
usados cresceram 1,91% na capital paulista em setembro ante agosto, com a
venda de 246 imóveis, conforme pesquisa do Conselho Regional de Corretores de
Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP). Em agosto, as vendas de imóveis
usados caíram 14,47% ante julho. No levantamento foram consultadas 448
imobiliárias. Em setembro, os imóveis mais vendidos foram os de valor
superior a R$ 200 mil, com 57,08% do total negociado. A maior parte das
vendas foi por financiamento bancário (53,72% do total), seguido da venda à
vista (42,56%), parcelada pelos proprietários (2,48%) e por consórcio
imobiliário (1,24%).
A pesquisa apurou que a média geral
de preços dos imóveis usados subiu 6,6% em relação à média de agosto. No
acumulado do ano, entretanto, o valor médio dos usados vê queda de 2,51%,
para a inflação de 7,31% medida pelo IBGE. Na locação residencial o clima de
"ressaca" pós-férias prevaleceu, de acordo com o levantamento do
Creci-SP. O índice de locação caiu 15,32% em setembro, após recuar 4,89% em
agosto, com 879 imóveis sendo alugados. Em julho, lembra a entidade, o número
de casas e apartamentos alugados cresceu 40,6% em relação ao mês anterior. Ao
mesmo tempo, a média geral dos aluguéis novos subiu 5,03% em setembro ante
agosto.
No período, as casas foram as
preferidas dos novos inquilinos, representando 53,36% do total. A maior parte
das locações teve o fiador como garantidor do contrato (47,12%), seguido do
depósito de três meses do valor do aluguel (28,8%), do seguro-fiança (22,35%),
da caução de imóveis (1,15%), da locação sem garantia (0,46%) e da cessão
fiduciária (0,12%). Os imóveis com aluguel mensal de até R$ 1.000,00
concentraram 59,17% do total de novos contratos. Já o número de imóveis
devolvidos às imobiliárias por inquilinos diminuiu 11,81% no comparativo mês
a mês. As imobiliárias receberam em setembro as chaves de 566 casas e
apartamentos, o equivalente a 64,39% do total de novas locações.
A inadimplência dos inquilinos também
foi menor em setembro, recuando de 4,36% para 4,07%. Em nota, o presidente do
Creci-SP, José Augusto Viana Neto, avalia que, neste final de ano, a
expectativa é de crescimento mais acelerado nos mercados de venda e locação,
impulsionado pelo 13º salário, pelas férias e pelos abonos recebidos por consumidores.
O dirigente reconhece ainda que não é possível ignorar a crise europeia e
seus efeitos já visíveis sobre a economia brasileira. "O governo vem
baixando os juros, mas o peso deles ainda torna caras as prestações dos
financiamentos para a maioria das famílias", acrescenta Viana Neto.
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VENDA DE USADOS CRESCE 1,91% EM SETEMBRO, ESTIMA O CRECI-SP
JOVENS ESTÃO MAIS EXIGENTES NA HORA DE COMPRAR UM IMÓVEL
SÃO PAULO - O perfil dos compradores de imóveis e
também das unidades compradas têm mudado. Os imóveis com um dormitório têm
alcançado o topo da preferência dos solteiros ou dos casais sem filhos, que
estão cada vez mais exigentes. "Esses consumidores 'antenados' e
contestadores analisam os investimentos, comparam preços e usam as redes
sociais para trocar informações. Priorizam a individualidade e têm visão
urbanística particular", comenta o presidente do Secovi-SP (Sindicato da
Habitação) e da CII/CBIC (Comissão Nacional da Indústria Imobiliária da
Câmara Brasileira da Indústria da Construção), João Crestana.
Segundo Crestana, a procura por esses imóveis acontece por conta do bônus demográfico brasileiro. "Situação em que o número de pessoas ativas entre 20 e 50 anos supera a soma de crianças e aposentados", completa, afirmando que "esta mudança, aliada à mobilização econômica de 40 milhões de cidadãos, registrada nos últimos anos, e às melhorias das condições de crédito, permitiu a geração de uma demanda imobiliária até então inédita". Mais exigentes.
De acordo com presidente do Secovi, os solteiros
e os casais sem filhos são mais dedicados à carreira e à formação
profissional, por isso, o interesse imobiliário desse perfil é diferente.
"O interesse imobiliário desses jovens vai de estúdios compactos e sem
divisórias, com 35 metros quadrados e sem vaga de garagem, perpassam os 'sala
e quarto' e se alçam aos sofisticados lofts de 100 metros quadrados e duas
vagas", afirma.
Segundo Crestana, as condições para escolher um
determinado imóvel também mudaram, e o valor não é mais o fator decisivo.
"Uns exigem preços acessíveis e dispensam equipamentos comunitários,
fator preponderante para a redução da taxa condominial. Outros procuram
condomínios adjacentes ao metrô e a corredores de ônibus e valorizam
funcionalidades, como lavanderia coletiva", explica.
Arquitetura moderna, espaços abertos, raia de
natação e espaço gourmet são algumas das exigências mais refinadas desse
público, que, segundo Crestana, consideram essencial a proximidade do imóvel
com o local de trabalho, universidades, cinemas, bares, restaurantes e
baladas.
Segundo o presidente, nas regiões periféricas da
cidade de São Paulo, há procura por unidades menores e disponíveis por
aproximadamente R$ 100 mil. Em regiões mais centrais, há aquelas disponíveis
por R$ 250 mil e, dependendo da localização e dos atributos, encontram-se as
que ultrapassam R$ 1 milhão. Um dos tipos de imóveis que perdeu espaço foram
as quitinetes. "Sucesso nas décadas de 1960 e 1970, a locação de
quitinetes complementava a aposentadoria de seus proprietários. Porém, o
protecionismo danoso da lei do inquilinato vigente à época permitiu que
inquilinos de má-fé deixassem de pagar o aluguel, danificando imóveis e se
recusando a sair. Com isso, essas unidades perderam reputação", explica
Crestana, explicando que, "agora, imóveis de um dormitório recuperam
importância e incentivam a volta da locação como investimento. As
modernidades legais e a demanda permitem este progresso".
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CRESCE AUDIÊNCIA DE SITES IMOBILIÁRIOS
O mercado de imóveis residenciais
pode não estar tão aquecido quanto em anos anteriores, mas na internet o
movimento não para de crescer. Enquanto a previsão é de que as vendas de
imóveis em geral vão cair 11% - para 32 mil unidades, segundo o Secovi-SP (Sindicato
da Habitação) -, a audiência dos sites imobiliários aumentou 18% em outubro,
para 4,9 milhões de usuários únicos, acima da audiência total da internet,
que avançou 16%, para 50,6 milhões de visitantes únicos, segundo a
consultoria ComScore.
No portal Zap Imóveis, líder de
audiência em outubro no ranking da ComScore, o número de visitantes chegou a
750 mil usuários únicos, 2% acima do mesmo mês de 2010. Em 12 meses até
setembro, o aumento foi de 30%, com um total de 3,2 milhões de visitantes,
diz Eduardo Schaeffer, presidente do Zap Imóveis. A oferta de imóveis também
cresceu. A expansão no acumulado do ano foi de 31%, para 255,3 mil unidades.
Isso torna o Zap Imóveis o portal com maior número de anúncios pagos, ao
contrário do que o Valor publicou em reportagem no dia 18 de novembro.
Em parte, o sucesso dos sites de
imóveis é reflexo de um fenômeno comum ao mercado de consumo em geral - a
melhoria da renda de parte significativa dos brasileiros. "A audiência
cresceu com a entrada de uma parcela das classes C e D que não usava a
internet", afirma Schaeffer.
O Zap Imóveis detém 25,96% do mercado
brasileiro de classificados imobiliários on-line em audiência, o que o coloca
na primeira posição, segundo dados da HitWise (SerasaExperian) referentes a
outubro. Em um ano, o portal cresceu 4,45 pontos percentuais em participação.
De acordo com o levantamento, o site Imovelweb aparece em segundo lugar, com
10,57% de participação no total de visitas. Em seguida estão o site Trovit
Brasil - imóveis, com 8,77% de participação, e o portal VivaReal, com 5,4% de
participação. Esses três sites não tinham representatividade em outubro de
2010, segundo informou a SerasaExperian. A competição tende a se acirrar.
Atraídos pelo crescimento do mercado, novos competidores começam a explorar o
serviço.
A Imobox foi criada este ano pelo
Apontador, que já tem outros negócios de internet. O site funciona como um
agregador: reúne, em um só lugar, anúncios de imóveis publicados em sites de
imobiliárias, corretoras, construtoras e incorporadoras. Segundo a empresa, a
oferta é de 349 mil imóveis. O site recebe em média 323 mil visitantes únicos
por mês, o que torna a empresa a quarta colocada em audiência no ranking da
ComScore.
O movimento no segmento não passou despercebido pelos investidores. Nesta semana, a Imobox recebeu um aporte de capital da gestora de fundos Astella Investimentos, que assumiu uma participação minoritária na companhia. O valor da operação não é revelado. "A Imobox apresentou serviços mais interessantes na avaliação do fundo, mas há outras oportunidades nesse setor em análise", diz Martino Bagini, sócio da Astella. O Imobox tem receita projetada para este ano de R$ 250 mil.
No levantamento da ComScore, à frente
da Imobox estão a Webcasas, que apresentou 544 mil usuários únicos em
outubro, e a Imovelweb, com 493 mil usuários únicos. As empresas não
retornaram os pedidos de entrevista. O site VivaReal, fundado em 2010, ocupou
a quinta posição no ranking da ComScore, com 291 mil visitantes únicos. Brian
Requarth, executivo-chefe do VivaReal, diz que a empresa chegou a ter 260 mil
imóveis cadastrados, mas esse número foi reduzido para 212 mil.
É difícil medir o mercado de imóveis
on-line por número de ofertas porque os métodos de cálculo variam entre elas.
No Zap Imóveis, diz Schaeffer, os mais de 255 mil imóveis anunciados
representam ofertas pagas publicadas no portal. "É diferente dos
classificados gratuitos ou dos agregadores que muitas vezes têm um volume
maior de ofertas, mas com grande volume de repetições em função dos sites
concorrentes que possuem os mesmos anúncios".
A internet também tornou-se uma
extensão significativa dos negócios para as empresas tradicionais do setor -
imobiliárias, construtoras e incorporadoras. Nesse grupo, a empresa que
apresentou maior audiência em outubro foi a Rossi, com 231 mil usuários
únicos, segundo a ComScore. Cintia Valente, gerente de marketing da Rossi,
diz que a audiência cresceu 20% neste ano. "A internet tornou-se uma
ótima ferramenta para começar um relacionamento, que muitas vezes acaba na
venda do imóvel", afirma. De acordo com a executiva, 70% das pessoas que
compram imóveis na Rossi visitaram o site. No terceiro trimestre, a companhia
apresentava 4,9 mil imóveis lançados, totalizando R$ 1 bilhão em volume geral
de vendas.
Na imobiliária Lopes, com 224 mil
usuários únicos em outubro, 20% dos lançamentos feitos em São Paulo neste ano
foram vendidos por corretores on-line, totalizando R$ 1,5 bilhão. "Nos
outros Estados, o percentual é semelhante", diz Roberto Nascimento, diretor
de marketing da Lopes. O site também é usado para avaliação de imóveis. Do
total de consumidores que compraram na Lopes, 90% fizeram pesquisas no site.
A incorporadora Tenda, pertencente à Gafisa, também reforçou a área de atendimento on-line, diz Leandro Lozada, coordenador de marketing da Tenda. O resultado foi um aumento de 30% na audiência, para 194 mil usuários únicos em outubro. O site tem 150 imóveis à venda. |
COMPRADOR TEM QUE INVESTIGAR CONSTRUTORA
Quem vai comprar a casa própria deve
se sentir confortável com a aquisição. Afinal, o lar doce lar tem de agradar
o comprador que provavelmente irá viver no mesmo local por muitos anos. Mas
conforto não é tudo. Não basta ter como referência a maquete exposta no
estande da construtora ou ficar empolgado com a suíte enorme. Os quesitos
técnicos do empreendimento facilitam o dia a dia do comprador, e futuramente,
ajuda na hora da venda.
"Se tiver placas de construtoras sólidas no bairro, há indícios fortes de que a região irá se valorizar, até porque a empresa já visualizou oportunidade de ganho no local", comenta o planejador financeiro da Sabóia Advisors de São Paulo, Augusto Sabóia. Além disso, quando há estabelecimentos próximos à residência, como farmácia, supermercados, salão de beleza e escola, o morador poderá fazer boa parte dos seus compromissos a pé e economizar com transporte ou combustível. Benefício que pode ser reforçado pelo proprietário na hora da venda.
CONSTRUTORA - Comprar o imóvel na
planta é uma opção para quem quer economizar. "É, em média, 40% mais
barato do que o pronto. Possibilita adquirir o bem com antecedência, sem
pressão para pagar", comenta o diretor do Sindicato da Construção em
Santo André, Sérgio Ferreira dos Santos. Isso porque o comprador só começa a
pagar o financiamento após a entrega das chaves. Mas antes de fechar negócio
é preciso investigar a idoneidade da construtora.
"Identificar se a empresa tem
reclamações no Procon ou está presente em sites como o Reclame Aqui é um bom
caminho", orienta o advogado da Associação Brasileira dos Mutuários da
Habitação de São Paulo, Alexandre Naves Soares. Ele também explica que o
ideal é visitar outros empreendimentos construídos pela mesma empresa e
conversar com clientes que já adquiriram imóveis da incorporadora.
No entanto, constatar a seriedade da
empresa ainda não é o suficiente. Antes de fechar o negócio, é hora de ler o
contrato. "A construtora tem de liberar o documento para o consumidor
leve para casa", diz a diretora do Procon de Santo André, Ana Paula
Satcheki.
Ela recomenda que o comprador procure um advogado para ajudar a interpretar a papelada. "Os contratos de compra e financiamento são bem complexos, existe uma estratégia para dificultar a compreensão", afirma a diretora. Caso não leia com atenção, o consumidor pode ter surpresas, como, por exemplo, se na primeira reunião de condomínio souber, por exemplo, que ele e os demais proprietários terão de pagar pela decoração das áreas comuns, o que não estava previsto no papel.
Algumas regras impostas nas cláusulas
contratuais não são permitidas por lei e não devem ser aceitas pelo
comprador. A cobrança de juros antes de o cliente receber o imóvel, por
exemplo, é considerada abusiva. As parcelas pagas para a construtora antes da
entrega das chaves são corrigidas apenas pelo Índice Nacional da Construção
Civil ou Índice Geral de Preços do Mercado. Portanto, se na hora de ler o
contrato for constatada a cobrança de taxa de juro, ou qualquer outra
cobrança ilegal, o consumidor não deve aceitar a proposta e pedir para que o
contrato seja alterado pela empresa.
Caso o pedido não seja acatado, o
consumidor deve partir para outro negócio. "De qualquer forma, se fere o
Código de Defesa do Consumidor, a cláusula é considerada nula", comenta
Ana Paula, do Procon. Mas em muitos casos, o consumidor só é reembolsado na
Justiça. Quem quer tirar dúvidas pode consultar o Procon ou a Associação dos
Mutuários, a primeira consulta é gratuita.
TAXAS - Após assinar o contrato, o
proprietário precisa pagar o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis que
permitirá fazer o registro e escritura do imóvel no cartório. Tudo custa, em
média, 3% do valor do empreendimento, mas pode variar. De acordo com a BM Sua
Casa, empresa de crédito imobiliário, ao comprar um imóvel de R$ 300 mil, o
consumidor desembolsará R$ 5.358 para pagar o ITBI e R$1.868 o cartório.
Legislação não contempla atraso de
180 dias previsto nos contratos
A data de entrega do imóvel é sempre muito esperada. Mas se houver atraso, em relação ao cronograma previsto em contrato, o comprador pode pedir na Justiça o ressarcimento por danos materiais e morais. "O consumidor considera o prazo da construtora para, então, planejar o casamento, a chegada de um filho, a mudança de emprego. O atraso gera transtornos", explica a diretora do Procon de Santo André, Ana Paula Satcheki. A executiva diz que recorrer à Justiça é um passo importante para ajudar a penalizar as construtoras mal administradas, que terão de ressarcir o cliente ganhador da causa. Reunir o grupo de moradores lesados contribui para sensibilizar o Judiciário em relação à magnitude do problema. "O prejuízo financeiro inibe a empresa de cometer o mesmo erro com os próximos proprietários", comenta Ana.
De acordo com o presidente do
Sindicato da Construção de São Paulo, Sérgio Watanabe, na Justiça o mais
comum é o advogado pleitear o valor do aluguel do imóvel, equivalente aos
meses de atraso, como forma de ressarcir o cliente. "Mas o consumidor
não pode esquecer que a carência de 180 dias de atraso, colocada no contrato,
é praxe do mercado imobiliário. Apesar de não estar prevista em lei",
comenta Watanabe. Outra opção para tentar solucionar o problema é procurar o
Procon e formalizar a reclamação. "O que não conseguimos negociar com a
construtora encaminhamos para o Judiciário", comenta Ana Paula, do
Procon andreense.
O material que influenciou a decisão
de compra, até mesmo os panfletos recebidos no farol, devem ser arquivados
para que o futuro proprietário possa exigir seus direitos, caso necessário.
As informações publicitárias também são consideras contratuais.
MULTA - O Termo de Ajustamento de Conduta assinado pelo Ministério Público Estadual e o Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo, em setembro, prevê penalidade para quem não cumprir prazos. A construtora que atrasar a entrega do imóvel, por mais de seis meses, pagará multa mínima de 2% sobre o valor já desembolsado pelo comprador. O documento ainda prevê mais 0,5% de multa a cada mês de espera. O termo ainda não está em vigor e, por enquanto, não há data para começar a valer.
DEVOLUÇÃO - O proprietário que
desistir da compra em razão de problemas pessoais, como dificuldade
financeira, deverá pagar multa. "Mas não deve ser maior do que 20% do valor
do imóvel. Por outro lado, se a construtora contribuiu para a desistência
(porque cobrou taxas indevidas, por exemplo), ela deve devolver todo o valor
pago pelo cliente", comenta o advogado da Associação Brasileira dos
Mutuários da Habitação, Alexandre Naves Soares.
E quem comprou imóvel por meio do Sistema Financeiro de Habitação ou Sistema Financeiro Imobiliário e quitou o saldo em 2008 pode pedir até o dia 30 de dezembro, na Justiça, a revisão do contrato para receber possíveis valores pagos indevidamente. Quem já vendeu o imóvel também pode recorrer.
Em dois anos, região tem 18 mil novos
imóveis.
O mercado imobiliário do Estado de
São Paulo se aqueceu nos últimos anos. A estabilidade econômica e o acesso
fácil ao crédito culminaram no aumento da demanda por empreendimentos e, como
consequência, os preços subiram significativamente. Entre novembro de 2005 e
outubro de 2007, o custo médio do imóvel, com quatro dormitórios, em São
Paulo, era de R$ 654 mil. Já entre novembro de 2009 e outubro de 2011, o preço
subiu para R$ 1,1 milhão, aumento de 68%. "E, para a classe média é
inviável morar na capital onde os empreendimentos estão caros, por isso os
municípios vizinhos, como o Grande ABC, são procurados", diz o
presidente da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, Luiz Paulo Pompéia.
De acordo com ele, de novembro de
2009 a outubro de 2011, as cinco cidades da região, exceto Ribeirão Pires e
Rio Grande da Serra, receberam 18.464 novos empreendimentos entre
apartamentos e casas, todos horizontais. "Se considerar que em cada
residência há uma média de 3,5 pessoas, é possível dizer que quase 65 mil
habitantes chegaram na região em apenas dois anos", comenta Pompéia. O
número maior do que a população de Rio Grande da Serra, que, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, concentra 44 mil habitantes.
COMPARAÇÃO - Morar no Grande ABC
continua mais barato do que viver na capital paulista. Uma casa com 200
metros quadrados de área útil, três dormitórios, duas suítes e, que já tem 15
anos de idade, custa, em média, R$ 800 mil no bairro Vila Mariana, Zona Sul
de São Paulo. Enquanto isso, um apartamento de 242 metros quadrados de área
útil, com quatro dormitórios e que acabou de ser entregue pode ser encontrado
por R$ 790 mil em São Bernardo, por exemplo.
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A DÉCADA DA RETOMADA DO MERCADO IMOBILIÁRIO
No início dos anos 1990, o cenário do mercado
imobiliário e dos financiamentos era pouco promissor.
Adicionado em: 22 de novembro de 2011.
No início dos anos 1990, o cenário do mercado imobiliário
e dos financiamentos era pouco promissor. Desde a extinção do BNH (Banco
Nacional de Habitação), em 1986, o setor sobrevivia de vendas diretas, com
parcelamento do preço junto aos consumidores de classe média e alta. Em 2002,
o financiamento imobiliário chegava ao "fundo do poço", com 30 mil
unidades financiadas em todo o País com recursos da Poupança.
Parte desse cenário surgiu pelo desinteresse dos
bancos por crédito imobiliário, em função dos prejuízos gerados pela perda de
efetividade da garantia hipotecária e pelos efeitos ainda recentes da
estabilidade econômica trazidos pelo Plano Real, de 1994.
Em 2001, os agentes financeiros passaram, sucessivamente, a usar a alienação fiduciária do bem imóvel em substituição à garantia hipotecária, iniciando, assim, uma nova era nos financiamentos imobiliários do SFH (Sistema Financeiro da Habitação). Além da progressiva substituição da hipoteca pela alienação fiduciária, a edição da Lei 10.931/04 (Patrimônio de Afetação) foi fundamental para modernizar o marco regulatório do setor, propiciando maior segurança jurídica tanto para os financiadores quanto para os consumidores finais.
Estes instrumentos legais aliados ao crescimento
da renda e do emprego, à mobilidade social e à consolidação da estabilidade econômica
criaram ambiente favorável para o mercado imobiliário.
As aplicações de recursos do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço) e da caderneta de poupança saltaram de R$ 5,8
bilhões, em 2004, para R$ 83,1 bilhões, em 2010. Este crescimento nos permite
afirmar que alcançamos, no final da década, o modelo ideal de mercado
imobiliário, com um bem estruturado sistema de crédito.
A mitigação dos riscos dos credores possibilitou a queda das taxas de juros: a partir de 4,5% ao ano, com financiamento pelo FGTS; e 8% ao ano, com recursos da poupança. Além da ampliação dos prazos, que hoje chegam a até 30 anos. Pratica-se, agora, o financiamento imobiliário que "cabe no bolso" dos consumidores.
Em 2001, o total de saldos de financiamentos
imobiliários comparado com o PIB (Produto Interno Bruto) representava pouco
mais de 1%. Em maio deste ano, esse percentual chega a 4,1%. Apesar de
respeitável, é pouco expressivo se comparado com índices de países como o
Chile e o México. Existe a expectativa das autoridades governamentais que o
total de saldos continuará crescendo e, em 2014, chegar a 8% do PIB.
A Caixa Econômica Federal acumulou, segundo dados
do primeiro semestre deste ano, mais de três milhões de contratos de
financiamento, já incluídos os do programa Minha Casa, Minha Vida. Desse
montante, 93% utilizaram como garantia a alienação fiduciária, e 6% a
hipotecária. Note-se a inadimplência registrada no período: 1,7%. Já os
financiamentos concedidos com recursos da poupança por bancos públicos e
privados apresentam, desde 2007, índices de inadimplência abaixo de 1,4%.
De fundamental importância para o Brasil
enfrentar a crise financeira internacional de 2008, a construção civil e
imobiliária precisa de financiamento abundante para empreender e oferecer à
população produtos acessíveis. O futuro do mercado imobiliário nacional
depende, primordialmente, da saúde do sistema financeiro, que se mantém
seguro, em parte, pela utilização da alienação fiduciária do bem imóvel
nessas operações de crédito.
Qualquer dúvida acerca desse instituto de garantia poderá gerar queda de crédito, aumento das taxas de juros, retração do mercado imobiliário e prejuízo a milhões de brasileiros que ainda não adquiriram seu primeiro imóvel. O País perderá um grande aliado nesse caminho de crescimento sustentado.
*Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP
(Sindicato da Habitação de São Paulo) e diretor executivo da vice-presidência
de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade
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REDES SOCIAIS SÃO AS NOVAS ARMAS CONTRA ATRASOS
As redes sociais na internet se tornaram uma importante linha de frente na batalha dos consumidores contra os constantes atrasos na entrega de imóveis, sobretudo no Estado de São Paulo. Proliferam no Facebook, Twitter e Blogger comunidades e blogs de clientes insatisfeitos denunciando o mau atendimento e os frequentes descumprimentos de contratos.
As reclamações contra construtoras no Procon-SP cresceram 26% no 1º semestre deste ano, somando 1.981 queixas - 662 relativas ao não cumprimento de contrato, o que inclui atrasos. No mesmo período de 2010 foram 1.572.
O atraso na entrega de imóveis se tornou tão preocupante que o Ministério Público Estadual de São Paulo firmou um acordo com o sindicato do setor para que as empresas indenizem os compradores.
A secretária Stela Barbosa Raimundo, de 26 anos, está morando com marido nos fundos da casa da mãe. O apartamento que comprou da Tenda em 2009 não ficou pronto. "A promessa era para setembro do ano passado. Por conta do atraso, chegamos a adiar o casamento."
Ela organizou um grupo de compradores - futuros vizinhos - por meio do Facebook. "Fomos em grupo na obra e questionamos porque os operários estavam parados. Eles nos disseram que não estavam trabalhando porque não estavam recebendo", conta. Desde 2008, a Tenda é a campeã de reclamações fundamentadas do setor no Procon-SP.
Na internet, além de postar mensagens de protesto e cobrar diariamente os perfis das empresas nas redes sociais, alguns consumidores vão além e constroem blogs para desabafar. É o caso do blog MRV Facts (www.mrvfacts.blogspot.com), onde uma vítima de atraso da companhia utiliza o espaço para contar a própria experiência e publicar as histórias de outras pessoas que se sentem lesadas ou enganadas.
"Sou mais uma pessoa enganada pela MRV Engenharia. Em setembro de 2008 comprei um apartamento que foi entregue com um ano de atraso, e vários problemas. Ainda estou na luta pra conseguir receber alguma indenização", diz o autor, que conta com perfil no Twitter (@mrvfacts).
De maneira semelhante, o blog Le Parc Salvador (www.leparcsalvador.blogspot.com) reúne e tenta conscientizar os proprietários de apartamentos do empreendimento Le Parc (da construtora Cyrela) sobre os direitos diante da demora na entrega das unidades. "O problema de obras atrasadas tornou-se epidemia nacional e as empresas dão as desculpas mais esfarrapadas possíveis, como greve, chuva, falta de materiais e etc. Quando o prazo não é cumprido, as pessoas entram em desespero e buscam todos os canais para reclamar", diz o advogado Henrique Guimarães, que atua em ações judiciais contra construtoras e mantém o blog Obras Atrasadas (www.obrasatrasadas.blogspot.com), que dá orientações a consumidores que pedem ajuda.
"Os atrasos não são pontuais e os empreendimentos são desorganizados. Para economizar, as construtoras fazem um rodízio permanente de operários nas obras", afirma Marcelo Augusto Rodrigues da Silva Luz, presidente da Associação Nacional dos Mutuários (ANM).
O analista de sistemas Claudio Leandro Barbosa dos Santos, de 29 anos, está desesperado por conta do atraso de três anos na entrega de um imóvel da Tenda. "Quando assinei o contrato do Villaggio do Jockey I em outubro de 2007, prometiam a entrega para o final de 2008", conta. Ele conseguiu negociar a migração para outro empreendimento da empresa, que também já está atrasado.
Já o gerente administrativo Jodi Continentino Nagel, 29 anos, espera a entrega de um apartamento que comprou no Rio de Janeiro em abril de 2010, cuja entrega foi prometida para abril de 2011 pela MRV. "Quem comprou no lançamento, em 2008, tinha entrega prevista para abril de 2010. Já recebi três prazos não cumpridos, atrapalhando meus planos de casamento e mudança", diz ele, que hoje mora numa casa alugada.
As reclamações contra construtoras no Procon-SP cresceram 26% no 1º semestre deste ano, somando 1.981 queixas - 662 relativas ao não cumprimento de contrato, o que inclui atrasos. No mesmo período de 2010 foram 1.572.
O atraso na entrega de imóveis se tornou tão preocupante que o Ministério Público Estadual de São Paulo firmou um acordo com o sindicato do setor para que as empresas indenizem os compradores.
A secretária Stela Barbosa Raimundo, de 26 anos, está morando com marido nos fundos da casa da mãe. O apartamento que comprou da Tenda em 2009 não ficou pronto. "A promessa era para setembro do ano passado. Por conta do atraso, chegamos a adiar o casamento."
Ela organizou um grupo de compradores - futuros vizinhos - por meio do Facebook. "Fomos em grupo na obra e questionamos porque os operários estavam parados. Eles nos disseram que não estavam trabalhando porque não estavam recebendo", conta. Desde 2008, a Tenda é a campeã de reclamações fundamentadas do setor no Procon-SP.
Na internet, além de postar mensagens de protesto e cobrar diariamente os perfis das empresas nas redes sociais, alguns consumidores vão além e constroem blogs para desabafar. É o caso do blog MRV Facts (www.mrvfacts.blogspot.com), onde uma vítima de atraso da companhia utiliza o espaço para contar a própria experiência e publicar as histórias de outras pessoas que se sentem lesadas ou enganadas.
"Sou mais uma pessoa enganada pela MRV Engenharia. Em setembro de 2008 comprei um apartamento que foi entregue com um ano de atraso, e vários problemas. Ainda estou na luta pra conseguir receber alguma indenização", diz o autor, que conta com perfil no Twitter (@mrvfacts).
De maneira semelhante, o blog Le Parc Salvador (www.leparcsalvador.blogspot.com) reúne e tenta conscientizar os proprietários de apartamentos do empreendimento Le Parc (da construtora Cyrela) sobre os direitos diante da demora na entrega das unidades. "O problema de obras atrasadas tornou-se epidemia nacional e as empresas dão as desculpas mais esfarrapadas possíveis, como greve, chuva, falta de materiais e etc. Quando o prazo não é cumprido, as pessoas entram em desespero e buscam todos os canais para reclamar", diz o advogado Henrique Guimarães, que atua em ações judiciais contra construtoras e mantém o blog Obras Atrasadas (www.obrasatrasadas.blogspot.com), que dá orientações a consumidores que pedem ajuda.
"Os atrasos não são pontuais e os empreendimentos são desorganizados. Para economizar, as construtoras fazem um rodízio permanente de operários nas obras", afirma Marcelo Augusto Rodrigues da Silva Luz, presidente da Associação Nacional dos Mutuários (ANM).
O analista de sistemas Claudio Leandro Barbosa dos Santos, de 29 anos, está desesperado por conta do atraso de três anos na entrega de um imóvel da Tenda. "Quando assinei o contrato do Villaggio do Jockey I em outubro de 2007, prometiam a entrega para o final de 2008", conta. Ele conseguiu negociar a migração para outro empreendimento da empresa, que também já está atrasado.
Já o gerente administrativo Jodi Continentino Nagel, 29 anos, espera a entrega de um apartamento que comprou no Rio de Janeiro em abril de 2010, cuja entrega foi prometida para abril de 2011 pela MRV. "Quem comprou no lançamento, em 2008, tinha entrega prevista para abril de 2010. Já recebi três prazos não cumpridos, atrapalhando meus planos de casamento e mudança", diz ele, que hoje mora numa casa alugada.
BANCOS CRIAM PRODUTOS E SERVIÇOS PARA FINANCIAMENTO DE IMÓVEIS
SÃO PAULO - A compra da casa própria está entre os planos da maioria dos brasileiros, porém, para realizar este sonho com segurança e comodidade, alguns serviços oferecidos pelos bancos podem ajudar.
Um dos serviços disponíveis para os consumidores é o pacote de serviços imobiliários Santander Van Gogh. Trata-se de uma conta-corrente com serviços direcionados a todo trâmite de compra do imóvel.
O pacote de serviços atende à população de alta renda e oferece assessoria para a escolha dos imóveis, além de permitir que as prestações do imóvel sejam pagas com cartão de crédito e acumular pontos no programa de bônus. "Queremos participar ativamente de todas as etapas da compra de um imóvel e ajudar o cliente a encontrar o equilíbrio entre o que sonha e o que pode comprar. Para isso, fizemos um estudo com a nossa base de clientes para identificar quais eram as principais necessidades e oportunidades, e formatamos um pacote completo, em parceria com o time do segmento de alta renda, o Van Gogh", explica o diretor executivo de Negócios Imobiliários do Santander, José Roberto Machado.
Seguro para as parcelas
A Caixa Seguros - seguradora da Caixa Econômica Federal, por sua vez, lançou um seguro prestamista específico para quem compra imóvel direto da construtora, chamado de Dívida Zero.
O produto protege o dono do imóvel, e também as construtoras em caso de morte e invalidez permanente total por acidente.
De acordo com a Caixa Seguros, caso ocorra qualquer um dos imprevistos cobertos pelo seguro, a seguradora quita o saldo devedor do financiamento, deixando a família do segurado livre de dívidas.
A construtora também garante que o orçamento da obra não terá problemas em virtude de algum imprevisto. O capital segurado é calculado de acordo com o valor do imóvel e o prazo do financiamento estabelecido pela construtora, seguindo o perfil do cliente.
Segundo a instituição, impulsionada pela ampliação do crédito no país e pelo investimento no Minha Casa, Minha Vida e no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a indústria da construção civil se tornou um segmento em expansão no Brasil. Até o final deste ano, a previsão do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado de São Paulo) é de que ele cresça 6%, mais que a indústria como um todo e acima do índice esperado para o PIB (Produto Interno Bruto), que é de 3,5%, de acordo com o Banco Central.
Casa segura
Já o seguro residencial do Bradesco oferece novos modelos de apólices com cláusulas que atendem a riscos causados pela natureza. "Diante dos crescentes riscos causados pelos fenômenos climáticos, focamos nesse mercado e criamos modelos de apólices mais simples e massificadas para sensibilizar os proprietários a garantir o principal patrimônio da família", afirma o presidente da Bradesco Auto/RE, Ricardo Saad.
Em setembro deste ano, a carteira de seguros do Bradesco atingiu 1,8 milhão de apólices, sendo que, nos primeiros nove meses de 2011, o faturamento desse segmento cresceu 49,2%.
Um dos serviços disponíveis para os consumidores é o pacote de serviços imobiliários Santander Van Gogh. Trata-se de uma conta-corrente com serviços direcionados a todo trâmite de compra do imóvel.
O pacote de serviços atende à população de alta renda e oferece assessoria para a escolha dos imóveis, além de permitir que as prestações do imóvel sejam pagas com cartão de crédito e acumular pontos no programa de bônus. "Queremos participar ativamente de todas as etapas da compra de um imóvel e ajudar o cliente a encontrar o equilíbrio entre o que sonha e o que pode comprar. Para isso, fizemos um estudo com a nossa base de clientes para identificar quais eram as principais necessidades e oportunidades, e formatamos um pacote completo, em parceria com o time do segmento de alta renda, o Van Gogh", explica o diretor executivo de Negócios Imobiliários do Santander, José Roberto Machado.
Seguro para as parcelas
A Caixa Seguros - seguradora da Caixa Econômica Federal, por sua vez, lançou um seguro prestamista específico para quem compra imóvel direto da construtora, chamado de Dívida Zero.
O produto protege o dono do imóvel, e também as construtoras em caso de morte e invalidez permanente total por acidente.
De acordo com a Caixa Seguros, caso ocorra qualquer um dos imprevistos cobertos pelo seguro, a seguradora quita o saldo devedor do financiamento, deixando a família do segurado livre de dívidas.
A construtora também garante que o orçamento da obra não terá problemas em virtude de algum imprevisto. O capital segurado é calculado de acordo com o valor do imóvel e o prazo do financiamento estabelecido pela construtora, seguindo o perfil do cliente.
Segundo a instituição, impulsionada pela ampliação do crédito no país e pelo investimento no Minha Casa, Minha Vida e no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a indústria da construção civil se tornou um segmento em expansão no Brasil. Até o final deste ano, a previsão do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado de São Paulo) é de que ele cresça 6%, mais que a indústria como um todo e acima do índice esperado para o PIB (Produto Interno Bruto), que é de 3,5%, de acordo com o Banco Central.
Casa segura
Já o seguro residencial do Bradesco oferece novos modelos de apólices com cláusulas que atendem a riscos causados pela natureza. "Diante dos crescentes riscos causados pelos fenômenos climáticos, focamos nesse mercado e criamos modelos de apólices mais simples e massificadas para sensibilizar os proprietários a garantir o principal patrimônio da família", afirma o presidente da Bradesco Auto/RE, Ricardo Saad.
Em setembro deste ano, a carteira de seguros do Bradesco atingiu 1,8 milhão de apólices, sendo que, nos primeiros nove meses de 2011, o faturamento desse segmento cresceu 49,2%.
ATRASO NA ENTREGA DA OBRA CRESCE 48% EM CAMPINAS
Número de reclamações sobre atraso na entrega do imóvel cresce quase 50% em todo o Estado de São Paulo. Diante deste cenário, a AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências realiza a "Semana dos Compradores de Imóveis na Planta", de 22 a 25 de novembro, para orientar os compradores do bem na cidade de Campinas.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa das Relações de Consumo nos últimos 14 meses, o número de queixas sobre atraso na obra cresceu 37% em todo o País. Já os dados da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências aponta uma elevação de 45% no Estado de São Paulo, registrando 2160 reclamações no período de janeiro a setembro deste ano.
Para Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA, "fatores como aumento de renda e maior facilidade em realizar um financiamento contribuíram para elevar a compra da casa própria". Ou seja, a economia nacional está tornando o sonho do bem próprio cada vez mais próximo de ser realizado, porém a incapacidade das construtoras em atender essa demanda fazem com que o imóvel demore para ser entregue, causando transtornos aos compradores ao ponto deles, inclusive, desistirem do bem.
Esse foi o caso do comprador Adriano Gaeta da Silva, 38 anos. Em 2008, ele e sua esposa decidiram sair do aluguel e adquirir um imóvel novo. O casal fechou negócio na metade do mesmo ano, comprando um apartamento na cidade de Campinas, ainda em fase de construção. Segundo Adriano, o prazo de entrega do bem aconteceria em março de 2010, o que, na verdade, não aconteceu. "A construtora nos disse que o imóvel iria atrasar para ser entregue, mas obedeceria ao prazo de adiamento estimulado pela lei de 180 dias. Da mesma forma, após esse prazo, não recebemos o imóvel", relata.
E os problemas não se limitaram até aí. O casal também não conseguiu realizar o financiamento que pretendiam com a Caixa Econômica Federal para adquirir o bem. "Não foi possível financiarmos porque faltavam documentações da construtora que, portanto, ela própria deveria entregar para a consolidação do financiamento". Diante da situação, Adriano e sua esposa decidiram recorrer a AMSPA para defender os seus direitos judicialmente. Além deles, outros mutuários do mesmo empreendimento sofreram com o atraso do imóvel.
Segundo a Associação dos Mutuários, em Campinas, houve um aumento de 48% nas reclamações de atraso na obra. De janeiro até agosto deste ano, o número de queixas foi de 236. No mesmo período do ano passado houve 159 no total.
É por conta deste crescimento que a AMSPA decidiu promover a "Semana dos Compradores de Imóveis na Planta" no Estado de São Paulo. O 1º evento acontecerá em Campinas, entre os dias 22 e 25 de novembro, das 10h as 19h na praça Rui Barbosa, centro da cidade. O plantão de dúvidas na verdade, é de interesse, também, de todos que compraram imóveis em fase de construção ou já entregues cheios de problemas. O atendimento ao mutuário será realizado, posteriormente, em Santos e na capital paulista.
"Nosso objetivo com este evento será orientar os compradores do imóvel para que eles não tenham transtornos que afetem seu bolso ou que os façam desacreditar no sonho da casa própria", afirma Marco Aurélio.
Na semana dos compradores de imóveis, além da orientação aos proprietários, será distribuída a cartilha da AMSPA que contêm 20 dicas e cuidados que os adquirentes devem ter ao fechar um negócio e também será realizado um abaixo-assinado a favor da revisão do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).
O TAC foi celebrado recentemente pelo Secovi junto ao Ministério Público (MP) e determina o pagamento de multa pelas construtoras que atrasarem a entrega do imóvel em 2% e mais os juros de mora de 0,5% por mês de atraso. No entanto, a AMSPA questiona os juros moratórios de 0,5%, por considerarem desigual em relação à multa paga pelo consumidor quando este atrasa o pagamento de suas parcelas (que é de 1%)
Outra revisão solicitada pela AMSPA é referente ao prazo de tolerância injustificável de no máximo 180 dias que deve ser incluso no contrato. "O mesmo direito deveria ser conferido ao adquirente da unidade, de modo a ter o mesmo ‘prazo de carência’ para o cumprimento de suas obrigações".
A entidade também solicita para que seja integrado, no Termo de Ajustamento de Conduta, a "Comissão de Representantes". A formação da comissão está prevista no artigo 50 da Lei nº 4.591/64 e tem como objetivo reunir os compradores para fiscalizar o andamento da obra para apontar previamente eventuais problemas de forma transparente.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa das Relações de Consumo nos últimos 14 meses, o número de queixas sobre atraso na obra cresceu 37% em todo o País. Já os dados da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências aponta uma elevação de 45% no Estado de São Paulo, registrando 2160 reclamações no período de janeiro a setembro deste ano.
Para Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA, "fatores como aumento de renda e maior facilidade em realizar um financiamento contribuíram para elevar a compra da casa própria". Ou seja, a economia nacional está tornando o sonho do bem próprio cada vez mais próximo de ser realizado, porém a incapacidade das construtoras em atender essa demanda fazem com que o imóvel demore para ser entregue, causando transtornos aos compradores ao ponto deles, inclusive, desistirem do bem.
Esse foi o caso do comprador Adriano Gaeta da Silva, 38 anos. Em 2008, ele e sua esposa decidiram sair do aluguel e adquirir um imóvel novo. O casal fechou negócio na metade do mesmo ano, comprando um apartamento na cidade de Campinas, ainda em fase de construção. Segundo Adriano, o prazo de entrega do bem aconteceria em março de 2010, o que, na verdade, não aconteceu. "A construtora nos disse que o imóvel iria atrasar para ser entregue, mas obedeceria ao prazo de adiamento estimulado pela lei de 180 dias. Da mesma forma, após esse prazo, não recebemos o imóvel", relata.
E os problemas não se limitaram até aí. O casal também não conseguiu realizar o financiamento que pretendiam com a Caixa Econômica Federal para adquirir o bem. "Não foi possível financiarmos porque faltavam documentações da construtora que, portanto, ela própria deveria entregar para a consolidação do financiamento". Diante da situação, Adriano e sua esposa decidiram recorrer a AMSPA para defender os seus direitos judicialmente. Além deles, outros mutuários do mesmo empreendimento sofreram com o atraso do imóvel.
Segundo a Associação dos Mutuários, em Campinas, houve um aumento de 48% nas reclamações de atraso na obra. De janeiro até agosto deste ano, o número de queixas foi de 236. No mesmo período do ano passado houve 159 no total.
É por conta deste crescimento que a AMSPA decidiu promover a "Semana dos Compradores de Imóveis na Planta" no Estado de São Paulo. O 1º evento acontecerá em Campinas, entre os dias 22 e 25 de novembro, das 10h as 19h na praça Rui Barbosa, centro da cidade. O plantão de dúvidas na verdade, é de interesse, também, de todos que compraram imóveis em fase de construção ou já entregues cheios de problemas. O atendimento ao mutuário será realizado, posteriormente, em Santos e na capital paulista.
"Nosso objetivo com este evento será orientar os compradores do imóvel para que eles não tenham transtornos que afetem seu bolso ou que os façam desacreditar no sonho da casa própria", afirma Marco Aurélio.
Na semana dos compradores de imóveis, além da orientação aos proprietários, será distribuída a cartilha da AMSPA que contêm 20 dicas e cuidados que os adquirentes devem ter ao fechar um negócio e também será realizado um abaixo-assinado a favor da revisão do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).
O TAC foi celebrado recentemente pelo Secovi junto ao Ministério Público (MP) e determina o pagamento de multa pelas construtoras que atrasarem a entrega do imóvel em 2% e mais os juros de mora de 0,5% por mês de atraso. No entanto, a AMSPA questiona os juros moratórios de 0,5%, por considerarem desigual em relação à multa paga pelo consumidor quando este atrasa o pagamento de suas parcelas (que é de 1%)
Outra revisão solicitada pela AMSPA é referente ao prazo de tolerância injustificável de no máximo 180 dias que deve ser incluso no contrato. "O mesmo direito deveria ser conferido ao adquirente da unidade, de modo a ter o mesmo ‘prazo de carência’ para o cumprimento de suas obrigações".
A entidade também solicita para que seja integrado, no Termo de Ajustamento de Conduta, a "Comissão de Representantes". A formação da comissão está prevista no artigo 50 da Lei nº 4.591/64 e tem como objetivo reunir os compradores para fiscalizar o andamento da obra para apontar previamente eventuais problemas de forma transparente.
O BOOM DOS IMÓVEIS
Um dos campeões do boom imobiliário dos últimos anos, Joseph Meyer Nigri, da Tecnisa, aposta que o nível atual de preços de imóveis se manterá nos próximos dez a vinte anos.
Há casos de bairros cujos preços subiram demais, houve exagero. Além disso, em algumas áreas a valorização dos terrenos influenciou o preço de novos imóveis, fazendo-os bater no limite do mercado. Mas são bolhas localizadas que, segundo Nigri, não atrapalharão o ritmo de desenvolvimento do mercado.
Antigamente, era muito alto o percentual de compradores do mesmo bairro onde se situava o lançamento. Quem era da Mooca, não saía de lá, assim como do Tatuapé. Hoje em dia, não existe mais essa fidelização. Quando um bairro fica caro, o mutuário migra para outro mais barato.
Há dois tipos básicos de compradores: o investidor e o mutuário. O primeiro pode ser afetado pela crise. Perdeu dinheiro com ações, perdeu no mercado internacional, lê sobre crises em outros países e entra na retranca.
Mas o segundo tipo de comprador continuará pressionando o mercado. Este, tem emprego fixo, reserva de 25% a 30% do seu salário para a prestação e continua comprando normalmente, pouco se lixando para a Grécia e para a Itália.
O que anima o mercado é a perspectiva de aumento da renda real. No ano passado, o aumento foi de 7,4%. Espera-se ritmo semelhante nos próximos anos.
A principal característica do atual movimento, é que está ocorrendo em todo o país.
No caso da Tecnisa, a estratégia tem sido a de se colocar em toda cidade com mais de 300 mil habitantes. Atualmente, está em 26. Atua em um mercado que vai do imóvel de R$ 100 mil até o de R$ 2,5 milhões. O tíquete médio dela é de R$ 300 mil.
Um dos fantasmas do setor - o esgotamento dos recursos da caderneta de poupança - não assusta Nigri. Primeiro, há espaço na parcela dos depósitos recolhidos hoje no compulsório (20%). Depois, porque o setor já dispõe de instrumentos variadíssimos, como os CRI (Certificados de Recibos Imobiliários). Esse setor tem atraído, inclusive, grandes grupos estrangeiros, devido à sua rentabilidade - os títulos rendem IGPM mais 12%.
Outro fantasma - o da inadimplência ou da bolha financeira - está muito longe do país.
Para conseguir o financiamento, o mutuário precisa dar 30% à vista. Usando o FGTS, pode abater até 80% da prestação. Em geral, o prazo médio dos financiamentos é de 30 anos. Mas, na média, os mutuários têm quitado em apenas 8,3 anos - antecipando parcelas futuras.
Tudo isso porque o modelo SAC (Sistema de Amortização Constante) começa com prestações altas, caindo mês a mês, enquanto os salários têm registrado trajetória de alta.
Além disso, com a valorização dos preços dos imóveis, a cada mês o saldo devedor representa uma parcela menor do valor final do imóvel.
Há casos de bairros cujos preços subiram demais, houve exagero. Além disso, em algumas áreas a valorização dos terrenos influenciou o preço de novos imóveis, fazendo-os bater no limite do mercado. Mas são bolhas localizadas que, segundo Nigri, não atrapalharão o ritmo de desenvolvimento do mercado.
Antigamente, era muito alto o percentual de compradores do mesmo bairro onde se situava o lançamento. Quem era da Mooca, não saía de lá, assim como do Tatuapé. Hoje em dia, não existe mais essa fidelização. Quando um bairro fica caro, o mutuário migra para outro mais barato.
Há dois tipos básicos de compradores: o investidor e o mutuário. O primeiro pode ser afetado pela crise. Perdeu dinheiro com ações, perdeu no mercado internacional, lê sobre crises em outros países e entra na retranca.
Mas o segundo tipo de comprador continuará pressionando o mercado. Este, tem emprego fixo, reserva de 25% a 30% do seu salário para a prestação e continua comprando normalmente, pouco se lixando para a Grécia e para a Itália.
O que anima o mercado é a perspectiva de aumento da renda real. No ano passado, o aumento foi de 7,4%. Espera-se ritmo semelhante nos próximos anos.
A principal característica do atual movimento, é que está ocorrendo em todo o país.
No caso da Tecnisa, a estratégia tem sido a de se colocar em toda cidade com mais de 300 mil habitantes. Atualmente, está em 26. Atua em um mercado que vai do imóvel de R$ 100 mil até o de R$ 2,5 milhões. O tíquete médio dela é de R$ 300 mil.
Um dos fantasmas do setor - o esgotamento dos recursos da caderneta de poupança - não assusta Nigri. Primeiro, há espaço na parcela dos depósitos recolhidos hoje no compulsório (20%). Depois, porque o setor já dispõe de instrumentos variadíssimos, como os CRI (Certificados de Recibos Imobiliários). Esse setor tem atraído, inclusive, grandes grupos estrangeiros, devido à sua rentabilidade - os títulos rendem IGPM mais 12%.
Outro fantasma - o da inadimplência ou da bolha financeira - está muito longe do país.
Para conseguir o financiamento, o mutuário precisa dar 30% à vista. Usando o FGTS, pode abater até 80% da prestação. Em geral, o prazo médio dos financiamentos é de 30 anos. Mas, na média, os mutuários têm quitado em apenas 8,3 anos - antecipando parcelas futuras.
Tudo isso porque o modelo SAC (Sistema de Amortização Constante) começa com prestações altas, caindo mês a mês, enquanto os salários têm registrado trajetória de alta.
Além disso, com a valorização dos preços dos imóveis, a cada mês o saldo devedor representa uma parcela menor do valor final do imóvel.
CONSTRUTORAS ENTREGAM IMÓVEL NOVO JÁ DECORADO
Objetivo é que aqueles que compraram os imóveis na planta os recebam completamente decorados e possam se mudar imediatamente
São Paulo - Quem já visitou plantões de venda de imóveis em lançamento sabe como os apartamentos decorados são de tirar o fôlego. Feitos para impressionar, os decorados são projetados para aproveitar ao máximo o potencial da planta, com projetos cuidadosos de arquitetura de interiores. Quando o apartamento é entregue, no entanto, os ambientes vazios parecem anos-luz de distância daquele decorado visto no lançamento e, para quem conhece pouco de decoração e design de interiores, fazer aquela tela em branco se transformar numa obra de arte é tarefa quase impossível, sem ajuda profissional.
Já imaginou se você recebesse, na entrega das chaves de um imóvel comprado em construção, exatamente aquele apartamento decorado do estande de vendas? Essa é a proposta da parceria entre o Espaço Brasileiro de Arquitetura (EB-A) e a Marithima Construtora, de São José dos Campos, SP. O objetivo é que aqueles que compraram os imóveis na planta os recebam completamente decorados e possam se mudar imediatamente.
A parceria permitirá que os proprietários interessados contratem o EB-A em condições especiais para desenvolver e executar projetos de decoração personalizados nos apartamentos antes da entrega das chaves, o que é uma inovação no mercado de construção civil, pois normalmente, quando se trata de imóveis comprados na planta, a decoração dos apartamentos só pode ser iniciada após a conclusão das obras dos empreendimentos. "Essa aliança beneficiará muito os clientes da construtora, que, além de economizar tempo, receberão as chaves de apartamentos já decorados de acordo com as suas necessidades", afirma o arquiteto Gláucio Gonçalves, fundador do EB-A.
São Paulo - Quem já visitou plantões de venda de imóveis em lançamento sabe como os apartamentos decorados são de tirar o fôlego. Feitos para impressionar, os decorados são projetados para aproveitar ao máximo o potencial da planta, com projetos cuidadosos de arquitetura de interiores. Quando o apartamento é entregue, no entanto, os ambientes vazios parecem anos-luz de distância daquele decorado visto no lançamento e, para quem conhece pouco de decoração e design de interiores, fazer aquela tela em branco se transformar numa obra de arte é tarefa quase impossível, sem ajuda profissional.
Já imaginou se você recebesse, na entrega das chaves de um imóvel comprado em construção, exatamente aquele apartamento decorado do estande de vendas? Essa é a proposta da parceria entre o Espaço Brasileiro de Arquitetura (EB-A) e a Marithima Construtora, de São José dos Campos, SP. O objetivo é que aqueles que compraram os imóveis na planta os recebam completamente decorados e possam se mudar imediatamente.
A parceria permitirá que os proprietários interessados contratem o EB-A em condições especiais para desenvolver e executar projetos de decoração personalizados nos apartamentos antes da entrega das chaves, o que é uma inovação no mercado de construção civil, pois normalmente, quando se trata de imóveis comprados na planta, a decoração dos apartamentos só pode ser iniciada após a conclusão das obras dos empreendimentos. "Essa aliança beneficiará muito os clientes da construtora, que, além de economizar tempo, receberão as chaves de apartamentos já decorados de acordo com as suas necessidades", afirma o arquiteto Gláucio Gonçalves, fundador do EB-A.
CONSTRUTORAS ENTREGAM IMÓVEIS EM FASE DE ACABAMENTO
Com chaves nas mãos, moradores de empreendimentos novos sofrem com instalações danificadas e obras inacabadas em áreas comuns
Presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação
Lidar com atrasos na finalização de empreendimentos tornou-se rotina para a maior parte dos consumidores nos últimos anos. Se engana, no entanto, quem acredita no fim dos problemas com o recebimento das chaves pelos proprietários. Além de um período natural de ajustes, os novos moradores comumente enfrentam a entrega parcial das instalações do condomínio - nem sempre prevista nos contratos de compra e venda.
A finalização em partes dos empreendimentos ocorre muitas vezes como reflexo do estouro de prazos nas obras, segundo a gerente de relacionamento da administradora Lello, Márcia Romão: "Instalamos cerca de oito condomínios por mês. Tem sido comum incorporadoras avançarem 180 dias sobre o previsto. E, às vezes, o imóvel tem algumas áreas para terminar".
De acordo com Marcia, equipamentos deixados para depois em geral não são essenciais ao projeto, como é o caso dos acabamentos. "Para não prejudicar ainda mais o morador, a construtora opta por isso."
Em abril, o vendedor Manoel Triches, de 30 anos, recebeu seu apartamento de dois dormitórios, embora o conjunto habitacional, na Vila Prudente, estivesse com a piscina e elementos de paisagismo inacabados. "Hoje, o portão de entrada de carro ainda está ruim, e o elevador vive travando", acrescenta. Em seu primeiro imóvel, ele confessa não ter imaginado tantos problemas quando comprou a unidade.
A presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação, de acordo com o gerente de implantação administradora Robotton, Mauricio Dell Arno. "Às vezes, a empresa entrega o condomínio com 80%, 90% da obra pronta." A permanência dos profissionais, segundo ele, tem por objetivo a realização de reparos a danos criado pelo uso inicial.
No condomínio do comerciante Sosthenes Marques, de 36 anos, o atraso no acabamento das instalações não ocorreu só em razão de ajustes necessários: "Foram terminadas as oito torres previstas, mas as áreas comuns não estavam de acordo". Em agosto, quando as chaves foram entregues, faltava decoração no salão de festas, que também apresentava infiltrações. Mais de dois meses depois, a piscina e o salão mulher, além do salão de festas, ainda não foram oficialmente colocados à disposição dos moradores.
A entrega formal das áreas deve contar com a concordância do conselho condominial. Quando há atrasos, a incorporadora precisa acordar um prazo para o encerramento das obras. Feito isso, em geral o síndico realiza uma vistoria para avaliar a boa condição dos espaços.
Regularização. "Entrega não quer dizer aceitação. O corpo diretivo pode não concordar com a pintura ou acabamento, por exemplo", diz o CEO da administradora Itambé, Flavio Martins.
O vice-presidente Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Odair Senra, afirma que a instalação de condomínios e a ocupação só se dá depois da obtenção do "habite-se" do imóvel na Prefeituras - documento que garante condições adequadas de habitação. "Como a maior parte das unidades dos empreendimentos é financiada, é preciso a averbação da construção para gerar a matrícula individual (que é pedida pelos bancos para a liberação de crédito)."
As administradoras também exigem a aprovação municipal para a implantação dos condomínios. "O morador só entra (no imóvel) depois da primeira assembleia", diz Martins.
Na prática, a ocupação nem sempre respeita a legalidade, de acordo com a advogada Patrícia Mendlowicz, especializada em contratos e em direito do consumidor. "A pessoa recebe um papel da construtora e acha que é o habite-se, mas, às vezes, é só o alvará de construção", alerta. "Elas estão entrando nos empreendimentos sem a menor condição de habitação."
Presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação
Lidar com atrasos na finalização de empreendimentos tornou-se rotina para a maior parte dos consumidores nos últimos anos. Se engana, no entanto, quem acredita no fim dos problemas com o recebimento das chaves pelos proprietários. Além de um período natural de ajustes, os novos moradores comumente enfrentam a entrega parcial das instalações do condomínio - nem sempre prevista nos contratos de compra e venda.
A finalização em partes dos empreendimentos ocorre muitas vezes como reflexo do estouro de prazos nas obras, segundo a gerente de relacionamento da administradora Lello, Márcia Romão: "Instalamos cerca de oito condomínios por mês. Tem sido comum incorporadoras avançarem 180 dias sobre o previsto. E, às vezes, o imóvel tem algumas áreas para terminar".
De acordo com Marcia, equipamentos deixados para depois em geral não são essenciais ao projeto, como é o caso dos acabamentos. "Para não prejudicar ainda mais o morador, a construtora opta por isso."
Em abril, o vendedor Manoel Triches, de 30 anos, recebeu seu apartamento de dois dormitórios, embora o conjunto habitacional, na Vila Prudente, estivesse com a piscina e elementos de paisagismo inacabados. "Hoje, o portão de entrada de carro ainda está ruim, e o elevador vive travando", acrescenta. Em seu primeiro imóvel, ele confessa não ter imaginado tantos problemas quando comprou a unidade.
A presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação, de acordo com o gerente de implantação administradora Robotton, Mauricio Dell Arno. "Às vezes, a empresa entrega o condomínio com 80%, 90% da obra pronta." A permanência dos profissionais, segundo ele, tem por objetivo a realização de reparos a danos criado pelo uso inicial.
No condomínio do comerciante Sosthenes Marques, de 36 anos, o atraso no acabamento das instalações não ocorreu só em razão de ajustes necessários: "Foram terminadas as oito torres previstas, mas as áreas comuns não estavam de acordo". Em agosto, quando as chaves foram entregues, faltava decoração no salão de festas, que também apresentava infiltrações. Mais de dois meses depois, a piscina e o salão mulher, além do salão de festas, ainda não foram oficialmente colocados à disposição dos moradores.
A entrega formal das áreas deve contar com a concordância do conselho condominial. Quando há atrasos, a incorporadora precisa acordar um prazo para o encerramento das obras. Feito isso, em geral o síndico realiza uma vistoria para avaliar a boa condição dos espaços.
Regularização. "Entrega não quer dizer aceitação. O corpo diretivo pode não concordar com a pintura ou acabamento, por exemplo", diz o CEO da administradora Itambé, Flavio Martins.
O vice-presidente Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Odair Senra, afirma que a instalação de condomínios e a ocupação só se dá depois da obtenção do "habite-se" do imóvel na Prefeituras - documento que garante condições adequadas de habitação. "Como a maior parte das unidades dos empreendimentos é financiada, é preciso a averbação da construção para gerar a matrícula individual (que é pedida pelos bancos para a liberação de crédito)."
As administradoras também exigem a aprovação municipal para a implantação dos condomínios. "O morador só entra (no imóvel) depois da primeira assembleia", diz Martins.
Na prática, a ocupação nem sempre respeita a legalidade, de acordo com a advogada Patrícia Mendlowicz, especializada em contratos e em direito do consumidor. "A pessoa recebe um papel da construtora e acha que é o habite-se, mas, às vezes, é só o alvará de construção", alerta. "Elas estão entrando nos empreendimentos sem a menor condição de habitação."
BRASKEM, DUPONT E GLOBAL HOUSING APRESENTAM TIJOLO DE PVC
SÃO PAULO - Braskem, DuPont e a Global Housing International anunciaram hoje o lançamento no mercado brasileiro de um novo conceito para a construção no país - o "concreto PVC". Como o nome sugere, trata-se de um tijolo de plástico modular destinado, em um primeiro momento, ao mercado de residências populares. O produto acaba de ser homologado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e recebeu a aprovação da Caixa Econômica Federal para a construção de mil casas em todo o país, o primeiro passo para obter a homologação no programa "Minha Casa, Minha Vida".
De acordo com Roberto Gandolfo, diretor da Global Housing, a adoção do tijolo de plástico reduz de 10% a 15% os custos de construção direta. Suas vantagens, no entanto, não param por aí. "É possível levantar uma casa em até uma semana. O tijolo de PVC tem durabilidade, facilidade de limpeza, baixa manutenção e resistência ao fogo - o PVC é o único polímero auto-extinguível", diz. O isolamento acústico e térmico é garantido pelo concreto, injetado dentro dos tijolos feitos ocos. "Como em um Lego, eles vem em módulos facilmente encaixáveis. Permite até o puxadinho", diz ele.
A parceria entre a Braskem e a catarinense Global Housing foi iniciada há dois anos. A primeira fornece os polímeros para a produção dos tijolos. Mais recentemente, a DuPont ofereceu um ganho de tecnologia ao agregar o dióxido de titânio, que garante o não envelhecimento do produto devido a incidência de raios ultravioletas. O titânio também contribuiu para a pigmentação branca dos tijolos.
A ideia inicial veio de um produto similar desenvolvido no Canadá. "Fizemos algumas melhorias, como no encaixamento das peças, e aumentamos a espessura dos tijolos, de forma a ajudar no isolamento acústico", diz o executivo. A fábrica em Araquari (SC) tem capacidade para produzir cerca de 5 mil moradias por ano. Por enquanto, apenas projetos pontuais apresentam a nova tecnologia. Um exemplo foi o fornecimento de tijolos de PVC para a construção de 500 casas em Santa Catarina, após as enchentes que assolaram o Estado.
Com a homologação do IPT - que atesta a eficiência do produto para comercialização - a intenção é elevar a produção anual para até 50 mil por ano. Isso seria atingido através de parcerias com o setor privado, que já teriam mostrado interesse, segundo Gadolfo. "Queremos montar mais umas três ou quatro plantas e descentralizar a produção".
Paulo Vieira, vice-presidente da DuPont Titanium Technologies para a América Latina explica que o material, indicado inicialmente para o mercado de habitação popular, pode ser utilizado em outras facilidades, de garagens náuticas a cabines telefônicas.
Questionado sobre a possibilidade de produção de um tijolo de PVC "verde", Rui Chammas, vice-presidente de Polímeros da Braskem, afirmou que tecnicamente é possível. "Mas percebemos que a valorização do mercado é em aplicações de ciclo de vida curto, como embalagens e bens de consumo".
De acordo com Roberto Gandolfo, diretor da Global Housing, a adoção do tijolo de plástico reduz de 10% a 15% os custos de construção direta. Suas vantagens, no entanto, não param por aí. "É possível levantar uma casa em até uma semana. O tijolo de PVC tem durabilidade, facilidade de limpeza, baixa manutenção e resistência ao fogo - o PVC é o único polímero auto-extinguível", diz. O isolamento acústico e térmico é garantido pelo concreto, injetado dentro dos tijolos feitos ocos. "Como em um Lego, eles vem em módulos facilmente encaixáveis. Permite até o puxadinho", diz ele.
A parceria entre a Braskem e a catarinense Global Housing foi iniciada há dois anos. A primeira fornece os polímeros para a produção dos tijolos. Mais recentemente, a DuPont ofereceu um ganho de tecnologia ao agregar o dióxido de titânio, que garante o não envelhecimento do produto devido a incidência de raios ultravioletas. O titânio também contribuiu para a pigmentação branca dos tijolos.
A ideia inicial veio de um produto similar desenvolvido no Canadá. "Fizemos algumas melhorias, como no encaixamento das peças, e aumentamos a espessura dos tijolos, de forma a ajudar no isolamento acústico", diz o executivo. A fábrica em Araquari (SC) tem capacidade para produzir cerca de 5 mil moradias por ano. Por enquanto, apenas projetos pontuais apresentam a nova tecnologia. Um exemplo foi o fornecimento de tijolos de PVC para a construção de 500 casas em Santa Catarina, após as enchentes que assolaram o Estado.
Com a homologação do IPT - que atesta a eficiência do produto para comercialização - a intenção é elevar a produção anual para até 50 mil por ano. Isso seria atingido através de parcerias com o setor privado, que já teriam mostrado interesse, segundo Gadolfo. "Queremos montar mais umas três ou quatro plantas e descentralizar a produção".
Paulo Vieira, vice-presidente da DuPont Titanium Technologies para a América Latina explica que o material, indicado inicialmente para o mercado de habitação popular, pode ser utilizado em outras facilidades, de garagens náuticas a cabines telefônicas.
Questionado sobre a possibilidade de produção de um tijolo de PVC "verde", Rui Chammas, vice-presidente de Polímeros da Braskem, afirmou que tecnicamente é possível. "Mas percebemos que a valorização do mercado é em aplicações de ciclo de vida curto, como embalagens e bens de consumo".
CHEGOU A HORA DE BAIXAR OS PREÇOS?
Alta recorde do valor dos imóveis coloca apartamentos das metrópoles brasileiras entre os mais caros do mundo e já provoca um efeito indigesto: a queda no ritmo de vendas. Não é o momento de mudar esse cenário?
Nos últimos anos, comprar um imóvel passou para a lista de prioridades de muitas famílias brasileiras. Emprego em alta, aumento da renda, expansão do crédito e uma enorme demanda reprimida construíram o cenário dos sonhos de qualquer incorporador. Desde 2009, a cidade de São Paulo viu nascer mais de 90 mil novas residências, marca muito acima das projeções dos empresários do setor. Com o mercado aquecido, os preços seguiram uma impressionante escalada. Segundo o Ibope Inteligência, entre abril de 2009 e outubro de 2011, o valor médio do metro quadrado de imóveis novos subiu 85% na capital paulista. Detalhe interessante: no mesmo período, a inflação foi de 14%. "Sabíamos que não estávamos vivendo uma realidade duradoura", afirma Marcos França, diretor comercial da construtora Requadra, que pouco tempo atrás vendeu as 256 unidades de um de seus empreendimentos em apenas duas horas. Hoje em dia, é comum encontrar apartamentos de classe média (três dormitórios em bairros sofisticados) que custam mais de R$ 1 milhão. "O mercado está testando até onde vai o ponto de resistência do consumidor", diz Antonio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope. Alguns indicadores revelam que esse ponto máximo parece ter chegado. De acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), nos oito primeiros meses de 2011, as vendas de imóveis em São Paulo recuaram 24%.
A psicóloga Ana Paula Carta Correia e o engenheiro Carlos Pinto se surpreenderam ao procurar o primeiro imóvel. "Os preços estão inviáveis", diz Ana Paula. Casados há um ano e meio, eles moram em um apartamento alugado na Gávea, bairro central do Rio de Janeiro. A busca do casal recebeu um empurrão quando o locatário colocou o imóvel à venda. O apartamento, que tem dois dormitórios e mede 80 metros quadrados, valia R$ 450 mil há dois anos. Agora, está cotado em R$ 800 mil. O casal procura imóveis avaliados em até R$ 650 mil, mas a busca tem sido em vão. Mesmo dispondo de uma boa soma de recursos, eles não conseguem encontrar nada muito interessante. "Se não der certo, vamos ter de desistir e continuar morando de aluguel até juntarmos mais dinheiro." No Rio, a disparada de preços também foi motivada pela Olimpíada de 2016, que tem valorizado imóveis localizados principalmente nas regiões nobres. Apenas nos últimos seis meses, o valor do metro quadrado de imóveis novos subiu 18% na cidade. Nos edifícios comerciais de alto padrão, o metro quadrado da locação no Rio supera cidades como Nova York e Madri, segundo levantamento da Cushman & Wakefield (leia quadro).
"A alta dos preços não foi artificial, pois havia uma demanda
reprimida, mas alguns valores estavam além da realidade"
Francisco Diogo Magnani, presidente da MZM Construtora
"O que se vê é o ápice de um movimento de 15 anos", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP. Segundo ele, os anos 90 foram uma década perdida para o setor imobiliário, período marcado por preços deprimidos e demanda tímida. "Os imóveis se readaptaram à nova realidade do Brasil", diz Crestana. Significa, portanto, que os valores vão começar a cair? Não é bem assim. "Estamos muito próximos de um teto", diz o executivo do Secovi. "A tendência é a estabilização." Alguns empresários admitem que houve excessos. Presidente da MZM Construtora, uma das líderes do mercado paulista, Francisco Diogo Magnani afirma que a alta de preços não foi artificial, já que havia forte demanda reprimida, mas faz uma ressalva. "Alguns valores estavam além da realidade." Para Newman Brito, diretor-executivo da Tecnisa, a queda de preços está longe de acontecer. "Uma desvalorização dos imóveis é totalmente impensável hoje no Brasil", afirma o executivo. O que é certo é que alguns ajustes deverão ser feitos. A redução do ritmo de vendas provocou impactos negativos na cotação das ações das construtoras, que lideram as baixas do ano na Bovespa. As empresas, portanto, precisam mudar esse quadro. "Já não há mais razão estrutural, como aumento de custos da construção, para explicar a contínua alta de preços", diz João da Rocha Lima Júnior, coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Nos últimos anos, comprar um imóvel passou para a lista de prioridades de muitas famílias brasileiras. Emprego em alta, aumento da renda, expansão do crédito e uma enorme demanda reprimida construíram o cenário dos sonhos de qualquer incorporador. Desde 2009, a cidade de São Paulo viu nascer mais de 90 mil novas residências, marca muito acima das projeções dos empresários do setor. Com o mercado aquecido, os preços seguiram uma impressionante escalada. Segundo o Ibope Inteligência, entre abril de 2009 e outubro de 2011, o valor médio do metro quadrado de imóveis novos subiu 85% na capital paulista. Detalhe interessante: no mesmo período, a inflação foi de 14%. "Sabíamos que não estávamos vivendo uma realidade duradoura", afirma Marcos França, diretor comercial da construtora Requadra, que pouco tempo atrás vendeu as 256 unidades de um de seus empreendimentos em apenas duas horas. Hoje em dia, é comum encontrar apartamentos de classe média (três dormitórios em bairros sofisticados) que custam mais de R$ 1 milhão. "O mercado está testando até onde vai o ponto de resistência do consumidor", diz Antonio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope. Alguns indicadores revelam que esse ponto máximo parece ter chegado. De acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), nos oito primeiros meses de 2011, as vendas de imóveis em São Paulo recuaram 24%.
A psicóloga Ana Paula Carta Correia e o engenheiro Carlos Pinto se surpreenderam ao procurar o primeiro imóvel. "Os preços estão inviáveis", diz Ana Paula. Casados há um ano e meio, eles moram em um apartamento alugado na Gávea, bairro central do Rio de Janeiro. A busca do casal recebeu um empurrão quando o locatário colocou o imóvel à venda. O apartamento, que tem dois dormitórios e mede 80 metros quadrados, valia R$ 450 mil há dois anos. Agora, está cotado em R$ 800 mil. O casal procura imóveis avaliados em até R$ 650 mil, mas a busca tem sido em vão. Mesmo dispondo de uma boa soma de recursos, eles não conseguem encontrar nada muito interessante. "Se não der certo, vamos ter de desistir e continuar morando de aluguel até juntarmos mais dinheiro." No Rio, a disparada de preços também foi motivada pela Olimpíada de 2016, que tem valorizado imóveis localizados principalmente nas regiões nobres. Apenas nos últimos seis meses, o valor do metro quadrado de imóveis novos subiu 18% na cidade. Nos edifícios comerciais de alto padrão, o metro quadrado da locação no Rio supera cidades como Nova York e Madri, segundo levantamento da Cushman & Wakefield (leia quadro).
"A alta dos preços não foi artificial, pois havia uma demanda
reprimida, mas alguns valores estavam além da realidade"
Francisco Diogo Magnani, presidente da MZM Construtora
"O que se vê é o ápice de um movimento de 15 anos", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP. Segundo ele, os anos 90 foram uma década perdida para o setor imobiliário, período marcado por preços deprimidos e demanda tímida. "Os imóveis se readaptaram à nova realidade do Brasil", diz Crestana. Significa, portanto, que os valores vão começar a cair? Não é bem assim. "Estamos muito próximos de um teto", diz o executivo do Secovi. "A tendência é a estabilização." Alguns empresários admitem que houve excessos. Presidente da MZM Construtora, uma das líderes do mercado paulista, Francisco Diogo Magnani afirma que a alta de preços não foi artificial, já que havia forte demanda reprimida, mas faz uma ressalva. "Alguns valores estavam além da realidade." Para Newman Brito, diretor-executivo da Tecnisa, a queda de preços está longe de acontecer. "Uma desvalorização dos imóveis é totalmente impensável hoje no Brasil", afirma o executivo. O que é certo é que alguns ajustes deverão ser feitos. A redução do ritmo de vendas provocou impactos negativos na cotação das ações das construtoras, que lideram as baixas do ano na Bovespa. As empresas, portanto, precisam mudar esse quadro. "Já não há mais razão estrutural, como aumento de custos da construção, para explicar a contínua alta de preços", diz João da Rocha Lima Júnior, coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
É PRECISO APROFUNDAR ESTUDOS SOBRE A POUPANÇA PARA NÃO PREJUDICAR CRÉDITO IMOBILIÁRIO
SÃO PAULO - O governo deve aprofundar os estudos sobre a poupança para que eventuais mudanças não prejudiquem o crédito imobiliário. A observação é do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
De acordo com a entidade, nos últimos sete anos, a oferta crescente de recursos provenientes da poupança impulsionou o mercado imobiliário e alavancou o crescimento da construção e do país.
Entretanto, com o crescimento do crédito para a construção e aquisição de imóveis a uma taxa de 50%, enquanto a poupança avança 15%, os recursos, avalia o Sindicato, poderão ser insuficientes para atender à demanda a partir de 2013, o que cria a necessidade de aumentar para 70% o percentual de recursos das cadernetas que as entidades financeiras devem destinar obrigatoriamente para o crédito imobiliário. Atualmente, este valor é de 65%.
Outras medidas
O Sindicato propõe ainda que o governo diminua a fatia dos depósitos da poupança, recolhida compulsoriamente ao Banco Central, além de estimular novos instrumentos financeiros de captação de recursos para o financiamento imobiliário.
Outras propostas pedem o estímulo aos instrumentos existentes, fortalecimento do mercado secundário, facilitação da securitização, concentração dos atos de registro em uma só matrícula e cuidado redobrado, para que, ao se preservar os fundos de renda fixa, não se afaste os investidores da caderneta de poupança, o que poderia acarretar em diminuição do crédito imobiliário.
Poupança
Diante da perspectiva de continuidade de queda na taxa básica de juros, voltou à tona especulações sobre uma possível mudança na remuneração da poupança, que atualmente é de 0,5% mais taxa referencial e é isenta de Imposto de Renda e de taxa de administração.
A ideia, segundo SindusCon-SP, é atrelar a remuneração da poupança a 80% da taxa Selic, mais TR, visto, que com a redução da Selic, a poupança ficará cada vez mais atrativa, na comparação com os investimentos de renda fixa, que financiam a dívida pública do governo.
De acordo com a entidade, nos últimos sete anos, a oferta crescente de recursos provenientes da poupança impulsionou o mercado imobiliário e alavancou o crescimento da construção e do país.
Entretanto, com o crescimento do crédito para a construção e aquisição de imóveis a uma taxa de 50%, enquanto a poupança avança 15%, os recursos, avalia o Sindicato, poderão ser insuficientes para atender à demanda a partir de 2013, o que cria a necessidade de aumentar para 70% o percentual de recursos das cadernetas que as entidades financeiras devem destinar obrigatoriamente para o crédito imobiliário. Atualmente, este valor é de 65%.
Outras medidas
O Sindicato propõe ainda que o governo diminua a fatia dos depósitos da poupança, recolhida compulsoriamente ao Banco Central, além de estimular novos instrumentos financeiros de captação de recursos para o financiamento imobiliário.
Outras propostas pedem o estímulo aos instrumentos existentes, fortalecimento do mercado secundário, facilitação da securitização, concentração dos atos de registro em uma só matrícula e cuidado redobrado, para que, ao se preservar os fundos de renda fixa, não se afaste os investidores da caderneta de poupança, o que poderia acarretar em diminuição do crédito imobiliário.
Poupança
Diante da perspectiva de continuidade de queda na taxa básica de juros, voltou à tona especulações sobre uma possível mudança na remuneração da poupança, que atualmente é de 0,5% mais taxa referencial e é isenta de Imposto de Renda e de taxa de administração.
A ideia, segundo SindusCon-SP, é atrelar a remuneração da poupança a 80% da taxa Selic, mais TR, visto, que com a redução da Selic, a poupança ficará cada vez mais atrativa, na comparação com os investimentos de renda fixa, que financiam a dívida pública do governo.
CORRETOR DE IMÓVEIS TAMBÉM PRECISA DE SEGURANÇA QUANDO VENDE O IMÓVEL
Não é só o proprietário que deve se preocupar com a segurança na hora da compra do imóvel. Com o grande índice de violência no país, o corretor de imóveis também deve buscar mecanismos em sua rotina de atendimento para evitar surpresas desagradáveis.
“Tenho percebido há muito tempo que alguns corretores não se preocupam quando um possível cliente liga interessado em conhecer uma unidade disponível. Essa é uma preocupação que as imobiliárias, corretores e proprietários de imóveis, devem ter. Da mesma forma, os vendedores proprietários que abrem as portas de suas casas com muita facilidade sem saber, ao menos, de quem se trata,” afirma o corretor de imóveis Rodrigo Barreto, em seu blog.
Informações sobre o cliente
Ter o máximo de informações dos clientes é um processo de fundamental importância na visão de Barreto. “Normalmente os clientes compradores não gostam de passar informações pessoais por telefone aos corretores. Mas isto gera maior credibilidade no trabalho dos profissionais do ramo imobiliário. Além disso, este é o mínimo para se ter segurança, tanto para os corretores de imóveis como para as famílias que aguardam receber em suas casas um possível cliente comprador,” comenta.
Alguns clientes podem não se sentirem à vontade ao transmitir algumas informações pessoais. Mesmo assim, esta é uma ação que pode fazer a diferença mais tarde. “Se o cliente passar uma informação truncada, facilmente o corretor perceberá que há algo de errado com as informações prestadas. Por outro lado, os verdadeiros clientes ao perceberem este diferencial no atendimento, caso tenha interesse em vender seu imóvel, não terão dúvida a qual profissional irá confiar a comercialização do seu patrimônio”, explica.
Essas dicas além de prevenir possíveis atos criminosos podem evitar prejuízos com despesas e indenizações pela falta de responsabilidade, compromisso e o cuidado necessário com a prestação do serviço, ao qual o profissional deve estar sempre empenhado.
“Tenho percebido há muito tempo que alguns corretores não se preocupam quando um possível cliente liga interessado em conhecer uma unidade disponível. Essa é uma preocupação que as imobiliárias, corretores e proprietários de imóveis, devem ter. Da mesma forma, os vendedores proprietários que abrem as portas de suas casas com muita facilidade sem saber, ao menos, de quem se trata,” afirma o corretor de imóveis Rodrigo Barreto, em seu blog.
Informações sobre o cliente
Ter o máximo de informações dos clientes é um processo de fundamental importância na visão de Barreto. “Normalmente os clientes compradores não gostam de passar informações pessoais por telefone aos corretores. Mas isto gera maior credibilidade no trabalho dos profissionais do ramo imobiliário. Além disso, este é o mínimo para se ter segurança, tanto para os corretores de imóveis como para as famílias que aguardam receber em suas casas um possível cliente comprador,” comenta.
Alguns clientes podem não se sentirem à vontade ao transmitir algumas informações pessoais. Mesmo assim, esta é uma ação que pode fazer a diferença mais tarde. “Se o cliente passar uma informação truncada, facilmente o corretor perceberá que há algo de errado com as informações prestadas. Por outro lado, os verdadeiros clientes ao perceberem este diferencial no atendimento, caso tenha interesse em vender seu imóvel, não terão dúvida a qual profissional irá confiar a comercialização do seu patrimônio”, explica.
Essas dicas além de prevenir possíveis atos criminosos podem evitar prejuízos com despesas e indenizações pela falta de responsabilidade, compromisso e o cuidado necessário com a prestação do serviço, ao qual o profissional deve estar sempre empenhado.
NOVO TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA PERMITE INCLUSÃO DE PRAZO DE TOLERÂNCIA EM CONTRATOS DE IMÓVEIS NA PLANTA
TAC assinado pelo Secovi-SP e Ministério Público deixa o contrato mais claro sobre os atrasos nas obras. Medida é válida para São Paulo, mas pode se estender para outros Estados também.
Segundo recomendações, prazo máximo de tolerância é de 180 dias O Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e o Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP) assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que as empresas incorporadoras sejam orientadas a incluir nos contratos de venda de imóveis na planta cláusulas sobre o prazo de tolerância para a entrega das obras.
Segundo comunicado divulgado pelo MP-SP, o sindicato ficará responsável por informar e orientar empresas incorporadoras para que incluam nos contratos de alienação de unidades autônomas cláusulas contratuais que dêem maior transparência e informações mais claras ao consumidor, como a de informação de prazo estimado da obra e o prazo de tolerância para conclusão da construção.
"O TAC não obriga empresa nenhuma a colocar as cláusulas em seus contratos. O Secovi-SP entende que são boas práticas que devem ser adotadas pelas incorporadoras", disse João Crestana, presidente do Sindicato. "No caso de um julgamento, por exemplo, o juiz poderá levar o TAC em conta, a favor ou contra a incorporadora", disse.
As incorporadoras poderão, ainda, incluir nos contratos uma cláusula de regramento do prazo de tolerância, que não poderá ser superior a 180 dias além do prazo estimado de obra. Também poderão encaminhar aos consumidores de cada empreendimento, periodicamente, relatórios informativos sobre o andamento das obras. Além disso, as empresas poderão informar, com antecedência mínima de 120 dias, se o prazo estimado da obra se estenderá pelo prazo de tolerância.
É recomendado que os contratos também contenham cláusulas penais para o caso de descumprimento pela incorporadora. No caso de ultrapassar o prazo de tolerância existente no contrato, a incorporadora receberá multa mínima de 2% sobre o valor já pago pelo comprador à incorporadora da obra, mais 0,5% por mês de atraso.
Intolerância a atrasos
Tramita na Câmara dos Deputados o projeto do deputado Eli Correa Filho (DEM-SP) para tornar nulas as cláusulas contratuais que instituírem tolerância para atraso na entrega da obra. De acordo com o Projeto de Lei 178/2011, no caso de atraso a construtora terá de pagar o correspondente a 2% do valor do contrato ao comprador e a multa deverá ser atualizada monetariamente e acrescida de juros de 1% ao mês, até a data efetiva da entrega.
O deputado alega que os problemas que possam ocorrer nas obras já estão considerados no prazo estipulado antes da entrega da obra e, por isso, não deveria haver prazo de tolerância. Segundo Crestana, o Secovi-SP entrou em contato com o deputado explicando a necessidade do prazo de tolerância. Eli Correa Filho teria afirmado que estudaria mais o caso.
Segundo recomendações, prazo máximo de tolerância é de 180 dias O Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e o Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP) assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que as empresas incorporadoras sejam orientadas a incluir nos contratos de venda de imóveis na planta cláusulas sobre o prazo de tolerância para a entrega das obras.
Segundo comunicado divulgado pelo MP-SP, o sindicato ficará responsável por informar e orientar empresas incorporadoras para que incluam nos contratos de alienação de unidades autônomas cláusulas contratuais que dêem maior transparência e informações mais claras ao consumidor, como a de informação de prazo estimado da obra e o prazo de tolerância para conclusão da construção.
"O TAC não obriga empresa nenhuma a colocar as cláusulas em seus contratos. O Secovi-SP entende que são boas práticas que devem ser adotadas pelas incorporadoras", disse João Crestana, presidente do Sindicato. "No caso de um julgamento, por exemplo, o juiz poderá levar o TAC em conta, a favor ou contra a incorporadora", disse.
As incorporadoras poderão, ainda, incluir nos contratos uma cláusula de regramento do prazo de tolerância, que não poderá ser superior a 180 dias além do prazo estimado de obra. Também poderão encaminhar aos consumidores de cada empreendimento, periodicamente, relatórios informativos sobre o andamento das obras. Além disso, as empresas poderão informar, com antecedência mínima de 120 dias, se o prazo estimado da obra se estenderá pelo prazo de tolerância.
É recomendado que os contratos também contenham cláusulas penais para o caso de descumprimento pela incorporadora. No caso de ultrapassar o prazo de tolerância existente no contrato, a incorporadora receberá multa mínima de 2% sobre o valor já pago pelo comprador à incorporadora da obra, mais 0,5% por mês de atraso.
Intolerância a atrasos
Tramita na Câmara dos Deputados o projeto do deputado Eli Correa Filho (DEM-SP) para tornar nulas as cláusulas contratuais que instituírem tolerância para atraso na entrega da obra. De acordo com o Projeto de Lei 178/2011, no caso de atraso a construtora terá de pagar o correspondente a 2% do valor do contrato ao comprador e a multa deverá ser atualizada monetariamente e acrescida de juros de 1% ao mês, até a data efetiva da entrega.
O deputado alega que os problemas que possam ocorrer nas obras já estão considerados no prazo estipulado antes da entrega da obra e, por isso, não deveria haver prazo de tolerância. Segundo Crestana, o Secovi-SP entrou em contato com o deputado explicando a necessidade do prazo de tolerância. Eli Correa Filho teria afirmado que estudaria mais o caso.
GOLDFARB NEGA QUE SÓCIO DE CANDIA SEJA DIRETOR DA CONSTRUTORA
O vice-presidente da Goldfarb, Paulo Petrin, disse em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção na manhã na manhã de quarta-feira (19) que as contrapartidas cobradas pelo Ministério Público para a construção de empreendimentos imobiliários em Campinas não estavam previsto em lei. A construtora teve três empreendimentos embargadas no Parque Jambeiro por falta de obras de infraestrutura para o trânsito e escoamento de água da chuva. Para suspender os embargos, a empresa assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), se comprometendo a investir R$ 15 milhões para resolver o problema.
Os integrantes da comissão também questionaram o vice-presidente da Goldfarb sobre a ligação da construtora com Washington Deneno, sócio de Ricardo Candia, ex-diretor do Controle Urbano da Prefeitura de Campinas, em uma empresa imobiliária. A CPI da Corrupção afirma que Deneno se apresentava como diretor da Goldfarb, informação negada por Petrin. "Ele é apenas um prestador de serviços de corretagem e faz a intermediação na venda de terrenos", rebateu o representante da construtora.
O presidente da CPI, Artur Orsi (PSDB), também pediu explicações a Petrin sobre os estudos de viabilidade para a construção dos empreendimentos no Parque Jambeiro, que, segundo o MP, apresentam diversas irregularidades. O vice-presidente da Goldfarb defende que "todos os estudos técnicos mostravam que o empreendimento era viável".
Reunião
A Goldfarb também se reúne na tarde desta quarta-feira com o Procon para definir um acordo que apresente soluções imediatas em relação aos benefícios que devem ser oferecidos aos compradores de apartamentos da construtora.
As outras empresas que tiveram empreendimentos embargadas não foram notificadas para participarem da reunião com o órgão de defesa do consumidor.
Entrega dos TACs
A Prefeitura de Campinas deve entregar ao Ministério Público na tarde desta quarta-feira o TAC assinado pelas construtoras GoldFarb, MRV e Sol Panamby. O encontro entre o promotor Valcir Kobory e os representantes da prefeitura está marcado para às 16h. As liberações das obras embargadas só devem acontecer após um parecer do MP e não há prazo para isso.
Saiba mais
CPI
A CPI da Corrupção foi instaurada no início de setembro para analisar contratos públicos suspeitos de irregularidades com empresas como a Sanasa, o Instituto Cidade e a Emdec, além das denúncias das antenas irregulares e de empreendimentos imobiliários em Campinas. A comissão também pretende rastrear e devolver aos cofres públicos o dinheiro que teria sido desviado pela corrupção na cidade.
O prazo para a conclusão das investigações é de 90 dias, que pode ser prorrogado por mais 30. Fazem parte da comissão os vereadores Artur Orsi (PSDB), Miguel Arcanjo (PSC), Sebastião dos Santos (PMDB), Campos Filho (DEM), Élcio Batista (PSB), o Politizador (PMN) e Cidão Santos.
Os integrantes da comissão também questionaram o vice-presidente da Goldfarb sobre a ligação da construtora com Washington Deneno, sócio de Ricardo Candia, ex-diretor do Controle Urbano da Prefeitura de Campinas, em uma empresa imobiliária. A CPI da Corrupção afirma que Deneno se apresentava como diretor da Goldfarb, informação negada por Petrin. "Ele é apenas um prestador de serviços de corretagem e faz a intermediação na venda de terrenos", rebateu o representante da construtora.
O presidente da CPI, Artur Orsi (PSDB), também pediu explicações a Petrin sobre os estudos de viabilidade para a construção dos empreendimentos no Parque Jambeiro, que, segundo o MP, apresentam diversas irregularidades. O vice-presidente da Goldfarb defende que "todos os estudos técnicos mostravam que o empreendimento era viável".
Reunião
A Goldfarb também se reúne na tarde desta quarta-feira com o Procon para definir um acordo que apresente soluções imediatas em relação aos benefícios que devem ser oferecidos aos compradores de apartamentos da construtora.
As outras empresas que tiveram empreendimentos embargadas não foram notificadas para participarem da reunião com o órgão de defesa do consumidor.
Entrega dos TACs
A Prefeitura de Campinas deve entregar ao Ministério Público na tarde desta quarta-feira o TAC assinado pelas construtoras GoldFarb, MRV e Sol Panamby. O encontro entre o promotor Valcir Kobory e os representantes da prefeitura está marcado para às 16h. As liberações das obras embargadas só devem acontecer após um parecer do MP e não há prazo para isso.
Saiba mais
CPI
A CPI da Corrupção foi instaurada no início de setembro para analisar contratos públicos suspeitos de irregularidades com empresas como a Sanasa, o Instituto Cidade e a Emdec, além das denúncias das antenas irregulares e de empreendimentos imobiliários em Campinas. A comissão também pretende rastrear e devolver aos cofres públicos o dinheiro que teria sido desviado pela corrupção na cidade.
O prazo para a conclusão das investigações é de 90 dias, que pode ser prorrogado por mais 30. Fazem parte da comissão os vereadores Artur Orsi (PSDB), Miguel Arcanjo (PSC), Sebastião dos Santos (PMDB), Campos Filho (DEM), Élcio Batista (PSB), o Politizador (PMN) e Cidão Santos.
CONTRATOS NOVOS DE ALUGUEL SOBEM 17,6%
Variação acumulada nos 12 meses terminados no mês passado em São Paulo volta a se aproximar do recorde.
Para os contratos em andamento, reajustados pelo IGP-M, o acréscimo será bem menor, de 7,5%
Os contratos novos de locação residencial assinados na capital paulista tiveram aumento médio de 17,55% nos últimos 12 meses terminados em setembro, de acordo com os dados adiantados pelo Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo para a Folha. A variação voltou a ficar próxima do recorde registrado em julho (18,14%), considerando a série histórica da entidade, iniciada em janeiro de 2006.
Para os contratos em andamento com aniversário em setembro corrigidos pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a alta será bem menor (7,46%).
"A tendência é voltar a ter um equilíbrio", afirma Francisco Crestana, vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP, sobre o descasamento entre os dois indicadores na cidade.
"Esse descompasso ocorre porque a procura de moradias para locação é maior do que a oferta em determinadas regiões", acrescenta. Em setembro, o aluguel para os contratos novos subiu, na média, 2,1% em relação ao mês anterior, sendo puxado pelas moradias de um dormitório (2,5%).
NEGOCIAÇÃO
O inquilino que conserva o imóvel e paga em dia, no entanto, pode tentar negociar um reajuste menor com o locador ao renovar o contrato, ressalta Crestana.
Casas e sobrados foram locados mais rapidamente, levando de 13 a 30 dias, ante um período de 20 a 40 dias para os apartamentos. No mês passado, o tipo de garantia mais usado foi o fiador (48%), à frente do depósito de até três meses de aluguel (31,5%) e do seguro-fiança (20,5%).
Para João da Rocha Lima Jr., professor titular de "real estate", núcleo que faz parte da Poli/USP (Universidade de São Paulo), não é possível fazer uma relação com a desaceleração do preço dos imóveis novos na capital.
"Não há uma estrutura mercadológica definida", pondera, com os investidores ainda tendo uma participação pequena no nicho residencial. Para imóveis comerciais, explica, os investidores tendem a precificar o valor do bem em função do aluguel que podem alcançar.
Para os contratos em andamento, reajustados pelo IGP-M, o acréscimo será bem menor, de 7,5%
Os contratos novos de locação residencial assinados na capital paulista tiveram aumento médio de 17,55% nos últimos 12 meses terminados em setembro, de acordo com os dados adiantados pelo Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo para a Folha. A variação voltou a ficar próxima do recorde registrado em julho (18,14%), considerando a série histórica da entidade, iniciada em janeiro de 2006.
Para os contratos em andamento com aniversário em setembro corrigidos pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a alta será bem menor (7,46%).
"A tendência é voltar a ter um equilíbrio", afirma Francisco Crestana, vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP, sobre o descasamento entre os dois indicadores na cidade.
"Esse descompasso ocorre porque a procura de moradias para locação é maior do que a oferta em determinadas regiões", acrescenta. Em setembro, o aluguel para os contratos novos subiu, na média, 2,1% em relação ao mês anterior, sendo puxado pelas moradias de um dormitório (2,5%).
NEGOCIAÇÃO
O inquilino que conserva o imóvel e paga em dia, no entanto, pode tentar negociar um reajuste menor com o locador ao renovar o contrato, ressalta Crestana.
Casas e sobrados foram locados mais rapidamente, levando de 13 a 30 dias, ante um período de 20 a 40 dias para os apartamentos. No mês passado, o tipo de garantia mais usado foi o fiador (48%), à frente do depósito de até três meses de aluguel (31,5%) e do seguro-fiança (20,5%).
Para João da Rocha Lima Jr., professor titular de "real estate", núcleo que faz parte da Poli/USP (Universidade de São Paulo), não é possível fazer uma relação com a desaceleração do preço dos imóveis novos na capital.
"Não há uma estrutura mercadológica definida", pondera, com os investidores ainda tendo uma participação pequena no nicho residencial. Para imóveis comerciais, explica, os investidores tendem a precificar o valor do bem em função do aluguel que podem alcançar.
CLIENTE QUE RECEBER IMÓVEL COM MAIS DE 6 MESES DE ATRASO TERÁ DE SER INDENIZADO
Acordo firmado entre Secovi e Ministério Público prevê multa à incorporadora de 2% do valor pago, mais 0,5% a cada mês de espera
Atrasar a entrega de um imóvel em mais de seis meses renderá multa mínima de 2% sobre o valor já pago pelo comprador à incorporadora da obra. Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e o Sindicato da Habitação do Estado (Secovi-SP) ainda prevê mais 0,5% de multa a cada mês de espera. As novas regras valerão para contratos assinados a partir de 26 de novembro.
O TAC determina que o dinheiro seja devolvido, na forma de desconto, em um prazo máximo de 90 dias após a entrega das chaves ou assinatura da escritura definitiva. As empresas ainda devem avisar, com quatro meses de antecedência, sobre problemas no andamento das obras, para que os compradores possam se programar.
O acordo foi assinado com representantes da sede paulista do Secovi, que reúne 4.500 incorporadoras no Estado, mas, no entendimento do MPE, deverá ser válido em todo o País, já que a Promotoria de Justiça do Consumidor, responsável pelo TAC, tem abrangência nacional.
Segundo o promotor Roberto Senise Lisboa, a multa de 2% tem caráter compensatório. "A intenção é compensar o consumidor que não pôde mudar no período estimado e teve de morar na casa da sogra ou alugar um apartamento, por exemplo. Até agora, essa situação não era prevista nos contratos e, por isso, o comprador não tinha um mecanismo para defender seus interesses."
A imposição de uma penalidade, de acordo com Lisboa, ainda preenche uma lacuna na legislação. "Os contratos mencionam o prazo de tolerância, que já é de seis meses, mas não informam o que acontece depois. Por causa disso, muitos consumidores que se sentem prejudicados buscam o respaldo da Justiça, mas essas ações demoram anos e nem sempre a indenização é alcançada."
A definição de uma multa padrão é considerada um avanço pela Promotoria. "Ela servirá de base para qualquer contrato. O porcentual estabelecido, de 2%, foi negociado com o sindicato. É claro que não existe um parâmetro que seja 100% equivalente, mas esse é o valor que o consumidor paga se atrasa o seu pagamento. Por isso, fizemos a regra inversa", explica o promotor.
Qualidade. Para o presidente do Secovi-SP, João Crestana, o acordo servirá para regular o mercado e oferecer aos consumidores um padrão de qualidade. "Estabelece um padrão transparente para todas as partes. Com ele, o consumidor conhecerá quais são os parâmetros considerados bons para o mercado. Ele saberá se a incorporadora se compromete ou não a pagar multa, por exemplo. Assim, poderá escolher melhor as garantias de seu negócio."
Crestana ressalta, no entanto, que o TAC não tem caráter de lei. "O Ministério Público não legisla, por isso as empresas podem contestá-lo. Mas, normalmente, quando fazemos um movimento desse tipo, a adesão ocorre."
Na prática, tanto o Secovi quanto o MPE esperam que a medida tenha como consequência um maior comprometimento das empresas na entrega das obras no prazo estimado. Nos últimos oito anos, segundo o sindicato, o volume de empreendimentos no Brasil aumentou cerca de 25 vezes. O crescimento provocou diversos problemas para o consumidor e também para as construtoras, que tiveram dificuldades em contratar mão de obra, comprar material e, claro, cumprir prazos.
"Para se ter uma ideia, em 2002 o volume de financiamentos de imóveis no País era de R$ 4 bilhões. No ano passado, esse total chegou a R$ 100 bilhões. O mercado está se adaptando a todas essas mudanças. Nenhuma empresa faz obra para atrasar. O atraso é terrível para o comprador, que não vai ter onde morar, e muito ruim para a empresa, que continua pagando juros", afirma Crestana.
Para o advogado Marcelo Tapai, especialista em Direito Imobiliário e ex-juiz conciliador do Juizado Especial Cível da capital, o TAC "é um estímulo ao atraso na entrega do imóvel". Isso porque, para ele, as construtoras não terão prejuízos ao cumprirem os termos acordados com o Ministério Público.
Ele explica que contratos de venda de imóveis na planta têm parcelas corrigidas pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC), cujo reajuste mensal supera 0,8%. "Essa multa deveria ser calculada pelo valor total do imóvel, não pelo valor já pago, assim como ocorre com INCC."
Atrasar a entrega de um imóvel em mais de seis meses renderá multa mínima de 2% sobre o valor já pago pelo comprador à incorporadora da obra. Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e o Sindicato da Habitação do Estado (Secovi-SP) ainda prevê mais 0,5% de multa a cada mês de espera. As novas regras valerão para contratos assinados a partir de 26 de novembro.
O TAC determina que o dinheiro seja devolvido, na forma de desconto, em um prazo máximo de 90 dias após a entrega das chaves ou assinatura da escritura definitiva. As empresas ainda devem avisar, com quatro meses de antecedência, sobre problemas no andamento das obras, para que os compradores possam se programar.
O acordo foi assinado com representantes da sede paulista do Secovi, que reúne 4.500 incorporadoras no Estado, mas, no entendimento do MPE, deverá ser válido em todo o País, já que a Promotoria de Justiça do Consumidor, responsável pelo TAC, tem abrangência nacional.
Segundo o promotor Roberto Senise Lisboa, a multa de 2% tem caráter compensatório. "A intenção é compensar o consumidor que não pôde mudar no período estimado e teve de morar na casa da sogra ou alugar um apartamento, por exemplo. Até agora, essa situação não era prevista nos contratos e, por isso, o comprador não tinha um mecanismo para defender seus interesses."
A imposição de uma penalidade, de acordo com Lisboa, ainda preenche uma lacuna na legislação. "Os contratos mencionam o prazo de tolerância, que já é de seis meses, mas não informam o que acontece depois. Por causa disso, muitos consumidores que se sentem prejudicados buscam o respaldo da Justiça, mas essas ações demoram anos e nem sempre a indenização é alcançada."
A definição de uma multa padrão é considerada um avanço pela Promotoria. "Ela servirá de base para qualquer contrato. O porcentual estabelecido, de 2%, foi negociado com o sindicato. É claro que não existe um parâmetro que seja 100% equivalente, mas esse é o valor que o consumidor paga se atrasa o seu pagamento. Por isso, fizemos a regra inversa", explica o promotor.
Qualidade. Para o presidente do Secovi-SP, João Crestana, o acordo servirá para regular o mercado e oferecer aos consumidores um padrão de qualidade. "Estabelece um padrão transparente para todas as partes. Com ele, o consumidor conhecerá quais são os parâmetros considerados bons para o mercado. Ele saberá se a incorporadora se compromete ou não a pagar multa, por exemplo. Assim, poderá escolher melhor as garantias de seu negócio."
Crestana ressalta, no entanto, que o TAC não tem caráter de lei. "O Ministério Público não legisla, por isso as empresas podem contestá-lo. Mas, normalmente, quando fazemos um movimento desse tipo, a adesão ocorre."
Na prática, tanto o Secovi quanto o MPE esperam que a medida tenha como consequência um maior comprometimento das empresas na entrega das obras no prazo estimado. Nos últimos oito anos, segundo o sindicato, o volume de empreendimentos no Brasil aumentou cerca de 25 vezes. O crescimento provocou diversos problemas para o consumidor e também para as construtoras, que tiveram dificuldades em contratar mão de obra, comprar material e, claro, cumprir prazos.
"Para se ter uma ideia, em 2002 o volume de financiamentos de imóveis no País era de R$ 4 bilhões. No ano passado, esse total chegou a R$ 100 bilhões. O mercado está se adaptando a todas essas mudanças. Nenhuma empresa faz obra para atrasar. O atraso é terrível para o comprador, que não vai ter onde morar, e muito ruim para a empresa, que continua pagando juros", afirma Crestana.
Para o advogado Marcelo Tapai, especialista em Direito Imobiliário e ex-juiz conciliador do Juizado Especial Cível da capital, o TAC "é um estímulo ao atraso na entrega do imóvel". Isso porque, para ele, as construtoras não terão prejuízos ao cumprirem os termos acordados com o Ministério Público.
Ele explica que contratos de venda de imóveis na planta têm parcelas corrigidas pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC), cujo reajuste mensal supera 0,8%. "Essa multa deveria ser calculada pelo valor total do imóvel, não pelo valor já pago, assim como ocorre com INCC."
VICE DA GOLDFARB NEGA IRREGULARIDADES
Paulo Petrin durante depoimento
O vice-presidente da Goldfarb, Paulo Petrin, disse na manhã de ontem, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Corrupção na Câmara de Campinas, que a empresa não tem responsabilidade na aprovação de projetos para a construção de empreendimentos imobiliários que não contemplam as exigências previstas em lei federal em relação às obras de infraestrutura. “A empresa faz aquilo que o poder público exige”, justificou.
Três empreendimentos da Goldfarb no Parque Jambeiro foram embargados por falta de obras de infraestrutura que serviriam de contrapartida ao impacto causado pelas obras e por suspeitas de irregularidades na liberação de alvarás. O embargo foi feito pela Prefeitura de Campinas.
O vereador Artur Orsi (PSDB), presidente da CPI, disse que há indícios de facilitação na aprovação de projetos da empresa. “Em documentos, consta aprovação em prazo de apenas uma semana”, afirma Orsi.
Para esclarecer a rapidez na aprovação de projetos pela prefeitura, a CPI também convocará para prestar depoimento o ex-diretor do Controle Urbano da prefeitura Ricardo Candia. A CPI ainda não definiu a data para seu depoimento.
Com camisetas que estampavam frases de protesto ao atraso de um ano na entrega dos empreendimentos do Parque Jambeiro, o casal Dan Godoy, 32, e Cristiane de Oliveira Barros, 30, que comprou um dos imóveis, sugere que o MP dê prioridade à análise do caso e autorize a retomada das obras o mais rádido possível. Ontem, o casal acompanhou o depoimento do vice-presidente da Goldfarb à CPI da Corrupção, na Câmara de Campinas.
TAC
Luis Yabiku, antes de pedir exoneração do cargo de Secretário de Urbanismo, entregou ontem um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ao promotor Valcir Kobori, com o intuito de desembargar obras da Goldfarb e de outras construtoras no Jambeiro. No documento, ele destaca o que as construtoras GoldFarb, MRV e Sol Panamby terão de fazer nas obras. O MP informou que vai estudar o TAC antes de se pronunciar.
O Procon encaminhou ao vice-presidente da Goldfarb, Paulo Petrin, o TAC contemplando os itens apontados pelo órgão e que ferem os direitos dos consumidores. Petrin disse que o documento será estudado, mas que tudo será feito para que o TAC seja cumprido.
O vice-presidente da Goldfarb, Paulo Petrin, disse na manhã de ontem, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Corrupção na Câmara de Campinas, que a empresa não tem responsabilidade na aprovação de projetos para a construção de empreendimentos imobiliários que não contemplam as exigências previstas em lei federal em relação às obras de infraestrutura. “A empresa faz aquilo que o poder público exige”, justificou.
Três empreendimentos da Goldfarb no Parque Jambeiro foram embargados por falta de obras de infraestrutura que serviriam de contrapartida ao impacto causado pelas obras e por suspeitas de irregularidades na liberação de alvarás. O embargo foi feito pela Prefeitura de Campinas.
O vereador Artur Orsi (PSDB), presidente da CPI, disse que há indícios de facilitação na aprovação de projetos da empresa. “Em documentos, consta aprovação em prazo de apenas uma semana”, afirma Orsi.
Para esclarecer a rapidez na aprovação de projetos pela prefeitura, a CPI também convocará para prestar depoimento o ex-diretor do Controle Urbano da prefeitura Ricardo Candia. A CPI ainda não definiu a data para seu depoimento.
Com camisetas que estampavam frases de protesto ao atraso de um ano na entrega dos empreendimentos do Parque Jambeiro, o casal Dan Godoy, 32, e Cristiane de Oliveira Barros, 30, que comprou um dos imóveis, sugere que o MP dê prioridade à análise do caso e autorize a retomada das obras o mais rádido possível. Ontem, o casal acompanhou o depoimento do vice-presidente da Goldfarb à CPI da Corrupção, na Câmara de Campinas.
TAC
Luis Yabiku, antes de pedir exoneração do cargo de Secretário de Urbanismo, entregou ontem um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ao promotor Valcir Kobori, com o intuito de desembargar obras da Goldfarb e de outras construtoras no Jambeiro. No documento, ele destaca o que as construtoras GoldFarb, MRV e Sol Panamby terão de fazer nas obras. O MP informou que vai estudar o TAC antes de se pronunciar.
O Procon encaminhou ao vice-presidente da Goldfarb, Paulo Petrin, o TAC contemplando os itens apontados pelo órgão e que ferem os direitos dos consumidores. Petrin disse que o documento será estudado, mas que tudo será feito para que o TAC seja cumprido.
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