A história do fotógrafo Danilo Vieira, 29 anos, ilustra bem os dados do estudo Os novos empreendimentos imobiliários em Rio Preto refletem uma nova tendência de mercado. Segundo um estudo divulgado no dia 15 de junho pelo Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, o mercado imobiliário de Rio Preto aposta cada vez mais na população consumidora jovem. E é cada vez mais comuns os condomínios verticais com dois quartos, com, no máximo, 50m² surgirem na paisagem da cidade.
A história do fotógrafo Danilo Vieira, 29 anos, ilustra bem os dados do estudo. Solteiro, morando com os pais e prestes a formar sua própria família, em agosto do ano passado adquiriu seu primeiro imóvel, ainda na planta. Ele optou por um apartamento com 50m², dois dormitórios, localizado na avenida Danilo Galeazzi. "Além de ser uma forma de investir, posso sair da casa dos meus pais. As facilidades de crédito me garantiram essa oportunidade e a boa localização", conta.
De acordo com o diretor Regional do Secovi, Joaquim Ribeiro, a população jovem é destaque no consumo de imóveis e, por isso, cerca de 90% dos lançamentos, no período de maio de 2011, a maior deste ano, foram de dois dormitório, sendo 75% econômico, que medem entre 45m² e 65m² e custam, em média, R$ 130 mil. "Além do apelo ao econômico, os condomínios verticais também ganham a preferência desse mercado. Isso se dá por conta da segurança e da praticidade", revela Ribeiro.
A operadora de caixa Suélen Martins, 21 anos, também optou por um apartamento de dois quartos. Ainda na planta, ela só entrará na nova casa, no Jardim Caparroz, daqui a dois anos. Ela é a irmã dividem as parcelas da entrada e depois vão dividir as prestações. O financiamento realizado pela família Martins foi de 25 anos. "É um sonho que se realiza. Poder garantir um teto próprio para minha mãe é de uma felicidade indescritível", declara a jovem.
Além das facilidades do financiamento, o ponto que contou a favor no negócio, foi que as irmãs têm empregos fixos e, com a união das rendas, foi possível pagar as prestações e também o aluguel durante os dois anos que esperam pela finalização do empreendimento. O bairro onde o prédio é construído foi outro ponto a favor para a compra. "Já moramos no Jardim Caparroz, e não precisaremos mudar de bairro, isso foi determinante, já que não precisarei mudar meus hábitos e nem os amigos feitos aqui."
A principal escolha do imóvel, para Danilo Vieira, foi a localização. Para ele, a avenida Danilo Galeazzi foi uma ótima escolha, pois não fica nem a cinco minutos do Centro, e também está bem próximo à saída da zona norte. Além disso, o bairro garante todos os tipos de serviços e comércios.
"Pesquisei muito sobre a construtora, verifiquei a que apresentava menos problemas. Depois que fiz o levantamento de quanto poderia financiar, a localização foi fator essencial para fechar o negócio", explica o fotógrafo. E nessa linha, os lançamentos estão mais preocupados com a localização para atender ao consumidor. Por isso, cada vez mais prédios vão aparecendo, já que os empreendimentos necessitam de menos terreno.
Aproveitando o ótimo negócio, o fotógrafo de 29 anos pediu a namorada em casamento. O apartamento será entregue em maio de 2013 e os pombinhos vão inaugurá-lo já com as alianças no dedo. "Fiz o negócio pensando em sair da casa dos meus pais. Mas já que estou apaixonado, vou unir o útil ao agradável e levar minha mulher para essa nova empreitada."
Tendência
Para o economista da Secovi, Celso Petrucci, a expansão do crédito para o público jovem é o principal fator da mudança no mercado. Isso porque, com a estabilização econômica do país, os juros tendem a diminuir e a renda, a aumentar. Além do mais, o poder aquisitivo da faixa etária entre os 20 e 35 anos é muito melhor do que há 10 ou 15 anos atrás.
Porém, ele alerta que o público tende a mudar daqui a um tempo e, necessariamente, os empreendimentos também. Produtos mais amplos, com preços maiores, serão a nova tendência de consumo. A valorização do metro quadrado, em Rio Preto, também deve ocorrer, de acordo com a análise do economista. Hoje, o preço do m² de um imóvel de dois dormitórios econômico é de cerca de R$ 2,5 mil e deve chegar R$ 3 mil.
"Esse mesmo público que compra hoje imóveis econômicos, daqui a alguns anos mudarão seus financiamentos para produtos maiores. É a lei da vida e da estabilidade econômica. A família aumenta, a renda aumenta e, consequentemente, a casa aumenta", prevê Petrucci.