VENDA DE IMÓVEIS USADOS CRESCE PELO SEGUNDO MÊS SEGUIDO NO ESTADO DE SÃO PAULO, COM ALTA DE 9,3%

As vendas de imóveis usados no Estado de São Paulo cresceram 9,3% em março, sustentando o movimento de alta registrado em fevereiro, quando o número de transações foi 4,54% maior que o de janeiro. A locação de casas e apartamentos, porém, caminhou em sentido contrário, acumulando dois meses de queda no número de novas locações - 1,71% e março e 5,38% em fevereiro.

Os números foram levantados em pesquisa feita com 1.418 imobiliárias de 37 cidades do Estado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). Março foi o terceiro mês seguido de queda dos preços médios de venda e de locação residencial registrado pelo Índice Estadual de Preços de Imóveis Usados Residenciais do CRECISP.

O Índice Crecisp encolheu 7,49% em março. Em fevereiro, a queda foi de 1,94% e em janeiro, de 5,2%. No ano, o índice acumula queda de 14%, mas em 12 meses o saldo é positivo, com alta de 8,79%. O Índice Crecisp é composto pela média de preços de imóveis vendidos e de novos aluguéis contratados no Estado. Em março, foram considerados preços de venda e de locação de 4.441 imóveis pesquisados nas 37 cidades, incluída a Capital.

"A manutenção das vendas em março é um bom resultado, considerando o estado geral da Economia, de encolhimento da produção e das vendas em vários setores, o crescimento da inadimplência e os sinais aparentes de esgotamento da capacidade de endividamento das famílias", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. Sem que defina tendência para os próximos meses, o bom desempenho das vendas em março é indicativo de que o temor do endividamento, que começa a se espalhar, não contaminou os compradores potenciais de um dos bens mais caros que as famílias adquirem, que é a casa própria.

"Imóvel é sempre um bom negócio, no qual não se perde dinheiro, somente se ganha, se respeitadas regras essenciais na hora da compra", destaca o presidente do CRECISP. Ele lista entre essas regras o comprometimento da renda com prestações até o limite de 30%, a pesquisa minuciosa e exaustiva das condições do imóvel, como localização, vizinhança, solidez da construção, e a destinação que se pretende dar a ele no médio e longo prazos. "Comprar pensando em vender no curto prazo é péssimo negócio, e garantia certa de frustração porque não se vende uma casa como se vendia um carro usado", alerta Viana Neto. O uso do verbo no passado, ele explica, se deve ao fato de que "o aperto no orçamento das famílias está fazendo o carro usado virar um ´mico´ no mercado".

Liderança dos financiamentos

O número de unidades comercializadas neste período fez com o índice estadual de vendas evoluiu de 0,6529 em fevereiro para 0,7137 em março, uma alta de 9,3%. O mercado não teve comportamento uniforme nas quatro regiões pesquisadas: houve queda de 5,01% no Litoral e de 0,32% no Interior e alta de 34,64% na Capital e de 23,07% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco.

As 1.418 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP nas 37 cidades venderam a maioria dos imóveis com financiamento bancário. O crédito da Caixa Econômica Federal e de outros bancos privados e públicos respondeu por 55,7% das vendas na Capital, por 62,81% no Interior e por 68,26% nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco. Somente no Litoral as vendas à vista superaram as feitas a prazo, com 51,6% e 43,62% do total negociado, respectivamente.

A pesquisa CRECISP constatou que foram vendidos em março mais casas do que apartamentos, com perfis diferentes de valor nas quatro regiões em que se divide a pesquisa. Na Capital, 67,98% das casas e apartamentos vendidos tinham preço médio superior a R$200 mil. Essa faixa de valor também foi domi nante nas cidades da região do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco, 54,55% do total.

O imóvel mais caro em março no Estado de São Paulo foram os apartamentos de 4 dormitórios na cidade do Guarujá. Conforme apurou a pesquisa CRECISP, eles foram vendidos em bairros da área nobre pelo preço de R$6.696,42 o metro quadrado.

Assim como o mais caro, o imóvel mais barato negociado pelas imobiliárias consultadas pelo CRECISP em março também estava no Litoral. Em Praia Grande, no Sul, casa de três dormitórios foi vendida por R$426,00 o metro quadrado.

Casas à frente dos apartamentos

É uma preferência que praticamente não muda. Em março, como em outros meses, a maioria dos novos inquilinos paulistas preferiu alugar uma casa para morar (55,1% do total alugado) do que um apartamento (44,9% das locações). O número de imóveis alugados em março fez com que o índice estadual de locação recuasse 1,71%, de 2,5391 em fevereiro para 2,4958 em março.

Das quatro regiões pesquisadas, duas tiveram alta no número de novas locações na comparação de março com fevereiro: Capital (+ 5,98%) e A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (+ 9.98%). Houve queda no Interior (- 9,7%) e no Litoral (- 16,9%).

Imóveis com aluguel mensal de até R$800,00 foram os mais alugados no Litoral (50% do total de novos contratos) e no Interior (58,6%). Na Capital, a faixa dos mais alugados foi a de até R$1.000,00 (50,95%), valor que baixou para R$600,00 no A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (59,03%).

O fiador segue sendo a opção número 1 dos novos inquilinos como instrumento jurídico de garantia de pagamento em caso de inadimplência. Segundo mostram os resultados da pesquisa CRECISP, ele esteve presente em 45,48% dos novos contratos na Capital, em 79,88% no Interior, em 52,05% no Litoral e em 44,02% no A, B, C, D, Guarulhos e Osasco.

O aluguel mais barato do Estado em março foi encontrado em São Caetano, onde casas de 1 dormitório situadas em bairros da área central foram alugadas por valores entre R$120,00 e R$750,00. Já o aluguel mais caro foi o de apartamento de 3 dormitórios em bairro da área nobre de Bertioga, alugado por R$5.500,00.

Segundo os dados apurados nas 1.418 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP, a inadimplência aumentou em março. Passou de 4,1% em fevereiro para 4,32% em março, uma alta de 5,34%.

Imóveis situados em áreas centrais das cidades pesquisadas tiveram a preferência dos novos inquilinos em março, com participação de 80,79% nos contratos formalizados no Interior, 78,31% na região do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco e 73,68% no Litoral.

A pesquisa CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

PESQUISA SECOVI-SP CONFIRMA TENDÊNCIA DE CRESCIMENTO DO MERCADO

O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo confirmou em abril as expectativas de crescimento do setor neste ano. De acordo com a Pesquisa Sobre Mercado Imobiliário realizada pelo Secovi-SP, as vendas no primeiro quadrimestre atingiram 7.407 unidades, com alta de 12,5% em relação ao mesmo período de 2011 (6.584 unidades).

O Departamento de Economia e Estatística do Sindicato apurou aumento também no volume de vendas expresso em valores monetários atualizados para abril. De janeiro a abril, vendeu-se R$ 3,6 bilhões, frente aos R$ 3,4 bilhões do primeiro quadrimestre de 2011, um incremento real de 6,9% entre os períodos.

O desempenho de comercialização expresso pelo indicador Velocidade de Vendas acumulado de 12 meses vem crescendo mês a mês: passou de 56,7% em dezembro de 2011 para 60,4% em abril de 2012, contribuindo para explicar o papel relevante do crescimento de vendas em unidades.

Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), foram lançadas 1.622 unidades em abril, contra 1.578 no mês anterior (alta de 2,8%). O volume de lançamentos em unidades acumulado no primeiro quadrimestre (5.257 imóveis) foi 27,6% inferior ao de igual período de 2011 (7.262 unidades).

A oferta final de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo apresentou redução de 10,6% no quadrimestre, com 17.632 unidades em oferta na Capital no final de abril, diante do total de 19.731 referentes ao estoque de dezembro.

Em abril, 2.007 unidades foram vendidas, com redução de 9,7% em relação às 2.223 unidades comercializadas no mês anterior. Parte desse ajuste ocorrido no quarto mês do ano foi reflexo de notícias econômicas, que sinalizam para este ano crescimento próximo ao de 2011, apesar das medidas anticíclicas governamentais, incluindo a redução da taxa básica de juros.

O levantamento mensal aponta que as unidades com até seis meses de oferta, a partir do momento de lançamento, representaram 78,7% das vendas em abril. Esse período de 180 dias se caracteriza por intensa campanha promocional dos produtos, com forte utilização de meios de comunicação e a realização eventos no local de comercialização do empreendimento.

Outro aspecto observado no mês foi predominância, novamente, de vendas de imóveis de 2 e de 3 dormitórios, com participação conjunta dos dois segmentos de 85,6% do total negociado. O nicho de 2 dormitórios contribuiu com 1.051 unidades e 52,4%, enquanto o segmento de 3 quartos correspondeu a 33,2% e 666 unidades.

QUEM TORNA O IMÓVEL 'INTELIGENTE' É O MORADOR

Projeto e construção são meios para reduzir o impacto ambiental do imóvel. Mas quem faz a diferença, mesmo, é o morador ou usuário.

"Ele é o elemento-chave para que a sustentabilidade se consolide, pois é quem vai usar as soluções implantadas e investir na manutenção", observa Roberto de Souza, diretor do Centro de Tecnologia de Edificações, empresa de consultoria ambiental.

Grandes administradoras de condomínios estão atrás de certificação, de forma a reduzir custos para os moradores e implantar operações mais sustentáveis nos edifícios já existentes.

"Em edifícios comerciais isso já é regra. Nos habitacionais, a tendência vai se disseminar. Crianças e jovens questionam os pais sobre o condomínio não ter coleta seletiva e cobram medidas amigas do ambiente", diz Souza.

A prática de retrofit (reforma para modernizar o imóvel) é um caminho para introduzir sustentabilidade, diz Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech, empresa de consultoria especializada.

Entre as tecnologias usadas estão torneiras e descargas econômicas, energia solar e uso de chuva, que reduzem o valor do condomínio e o consumo de água.

A sustentabilidade vem assumindo importância estratégica, para Souza. "Há crescimento acentuado de empreendimentos certificados."

Os dois principais sistemas de certificação disponíveis no país, o Aqua (Alta Qualidade Ambiental) e o Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), registram incremento.

A Fundação Vanzolini, detentora do Aqua, chegou ao fim de 2011 com 53 empreendimentos certificados. Em 2010, o selo passou a contemplar imóveis habitacionais, certificando 13 edifícios e um condomínio com quatro prédios e 80 casas, que ainda estão em construção.

Marcos Casado, gerente do GBC Brasil, diz que muitos empreendimentos que requisitaram o certificado Leed em 2004 estão ficando prontos agora. "Por isso o número de certificados ainda é baixo, mas os pedidos dispararam. Hoje, temos 500."

TEMPLO SUSTENTÁVEL

A iluminação natural é aproveitada ao máximo no Centro de Desenvolvimento Espiritual Sukyo Mahikari, inaugurado neste ano na Saúde, em São Paulo. O átrio tem plantas e brises de madeira nas janelas, que reduzem o calor. Certificado com o selo Aqua, o templo tem sistemas para uso de água de chuva e economia de energia. O projeto é do arquiteto Yoshihiro Chida.

HAJA ENERGIA

A construção civil consome 40% da energia produzida no mundo, extrai 30% dos materiais do meio natural, gera 25% de resíduos sólidos e consome 25% da água do globo, segundo a ONU.

PREÇO DOS IMÓVEIS FICARÁ ESTÁVEL NESTE ANO, AVALIAM EMPRESÁRIOS

Representantes do setor, como o superintendente da Caixa Paulo Galli, dizem que aumento do crédito fez crescer demanda

Os preços dos imóveis deverão permanecer estáveis em 2012, segundo avaliação do superintende regional da Caixa Econômica Federal em São Paulo, Paulo Galli. De acordo com ele, nos últimos anos, houve uma recuperação do valor dos imóveis, o que deve fazer com que as próximas altas venham num ritmo mais moderado.

"Há uma tendência de estabilização dos preços. Logicamente que em algumas áreas da cidade haverá uma valorização maior", afirmou Galli.

Na avaliação do superintendente da Caixa, o aumento dos preços dos imóveis nos últimos anos foi consequência do crescimento da demanda, impulsionado principalmente pelo aumento do crédito do setor. "Com o aumento do crédito nos anos anteriores, os preços voltaram para a realidade", disse Galli durante almoço de confraternização com os vencedores do prêmio Top Imobiliário que é promovido pelo Grupo Estado.

O prêmio está na 19.ª edição e reconhece personalidades e empresas do setor imobiliário que se destacaram no desenvolvimento dos seus negócios. "Esse é um prêmio já consolidado num setor que é muito importante para o crescimento do País", afirmou Fabio Costa, diretor executivo de mercado anunciante do Grupo Estado. "O setor imobiliário abrange vários tipos de negócio, serve como um termômetro da nossa economia", disse.

Neste ano, entre as empresas vencedoras, estão a PDG Realty, na categoria Incorporadoras; a MRV, entre as construtoras; e a Lopes, na categoria Vendedoras. Ernesto Zarzur, presidente da EZTec, foi o vencedor na categoria Personalidade do Ano.

Demanda. Mesmo com a previsão de estabilização dos preços, os executivos do setor apostam que a demanda por imóveis deve aumentar nos próximos trimestres. Essa expectativa é impulsionada sobretudo pela redução dos juros para o financiamento imobiliário. "O mercado está mais seletivo, mas continua com ótimas oportunidades que a gente vai procurar explorar cada vez mais", diz Otávio Flores, diretor de Negócio da Gafisa.

Para Leandro Caramel, da Habitcasa, os próximos trimestres devem apresentar uma aceleração na venda de imóveis.

"Os próximos trimestres devem ter uma subida e vão começar a responder positivamente para essa divulgação em massa do financiamento imobiliário", afirmou.

Portabilidade. Na avaliação de Galli, da Caixa, o que pode ajudar a impulsionar o setor é uso mais frequente da portabilidade no crédito imobiliário. Com a redução dos juros para o financiamento do setor, o consumidor ganhou mais poder de barganha para buscar taxas melhores nos bancos.

"O mercado de portabilidade ainda não está tão quente, mas eu acredito que a portabilidade vai começar a ser uma prática de mercado cada vez mais comum", afirmou Galli.

META DO BANCO DO BRASIL É O SEGUNDO LUGAR EM IMOBILIÁRIO

SÃO PAULO - Para os próximos anos, a estratégia do Banco do Brasil, presidido por Aldemir Bendine, está em atingir a segunda colocação na concessão de crédito imobiliário. Segundo o diretor de Distribuição do banco, Walter Malieni Júnior, o objetivo será atingido a partir de agora. Outra forma de obter a liderança está na entrada de novos clientes com a redução das taxas de juros. "Estamos em quarto lugar sem ter o financiamento de prédios, e essa convergência de empréstimos começa agora", disse Malieni.

Atualmente, a Caixa Econômica Federal detém a liderança dos empréstimos para habitação, com 75%; em seguida está o Itaú Unibanco, com 9% do setor.

O diretor detalha que o mercado está em expansão, o que beneficia o BB, e há o processo de portabilidade. "Temos uma operação centralizada e com padrão próprio para a concessão. Em São Paulo, por exemplo, há ainda o programa Casa Paulista, com subsídios para servidores públicos, uma frente nova em que agora estamos inseridos."

O vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Alexandre Abreu, enfatizou que o banco público quer chegar ao final de 2014 ou 2015 como o segundo maior banco no financiamento imobiliário e que o ritmo de crescimento tender a colaborar, já que a meta inicial para 2012, de expansão de 100%, será superada."Este número agora é o piso", disse o executivo.

Na última sexta-feira, o BB anunciou redução das taxas do financiamento imobiliário, dentro do Programa BomPraTodos. Segundo comunicado do banco, o novo modelo de composição de taxas bonifica a pontualidade e a manutenção de conta-salário no BB. Os cortes podem chegar a 21% com o novo modelo.

A redução contempla todos os clientes do Banco, independentemente do relacionamento e será ainda maior para aqueles que pagarem suas prestações em dia. Neste caso, os clientes terão redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros. Outro 0,5 ponto percentual de redução na taxa será obtido com a manutenção da conta-salário no BB.

"O cálculo da bonificação é automático e será realizado mensalmente, não sendo necessária nenhuma ação por parte do cliente, apenas manter as prestações em dia e escolher o BB como banco de relacionamento", diz a nota.

Para aquisição de imóveis de até R$ 500 mil, por exemplo, a taxa de juros foi reduzida de 10% ao ano mais taxa referencial (TR) para 8,9% ao ano mais TR, para todos os clientes do Banco. Com o pagamento das prestações em dia, a taxa cairá para 8,4% a.a. mais TR. Se o cliente também receber o salário no Banco do Brasil, a taxa será ainda menor, de 7,9% ao ano mais TR, o que resulta em 21% de redução na taxa de juros.

Para imóveis de mais de R$ 500 mil, que teve taxa de juros reduzida em até 18,18%. A redução será de 11% a.a. mais TR para 10,0% ao ano mais TR, para todos os clientes do banco, podendo cair para 9,5% a.a. se o cliente pagar em dia suas prestações, e para 9% a.a. se o cliente também mantiver sua conta salário no Banco.

Para o vice-presidente Alexandre Abreu, "as mudanças adotadas vão além da redução da taxa de juros, na medida em que privilegiam o relacionamento com o cliente ao longo do tempo, bonificando a pontualidade e a manutenção do salário no Banco", disse Alexandre.

O prazo é de até 360 meses, com carência de até seis meses para começar a pagar e financiamento de até 90% do valor do imóvel. O novo modelo de relacionamento e as taxas reduzidas entram em vigor a partir de hoje.

No BB, o crédito imobiliário mantém sua trajetória de crescimento com saldo de R$ 8,6 bilhões no primeiro trimestre de 2012, o que representa expansão de 107,3% em 12 meses.

Os desembolsos no trimestre atingiram R$ 1,3 bilhão, 57,8% a mais do que o observado no primeiro trimestre de 2011. O volume de negócios com pessoas jurídicas chegou a R$ 357, quatro milhões e com pessoas físicas a R$ 975,2 milhões.

Veículos

Sobre o financiamento de veículos, o Banco do Brasil bateu recorde de financiamento de veículos em maio com maior liberação de recursos nas duas últimas semanas, após as medidas do governo para estimular o setor automotivo, afirmou o vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Alexandre Abreu.

Logo depois dos anúncios das medidas, o BB passou a liberar R$ 60 milhões por dia para financiar carros no segmento de pessoa físicas. Na última quinta-feira, o volume chegou a R$ 87 milhões. "Bateu todos os recordes históricos", disse Abreu.

Em abril, primeiro mês de redução de juros dentro do Programa BomPraTodos, do BB, a média diária de liberação no financiamento de veículos foi de R$ 30 milhões. Em maio, antes do pacote de medidas do governo, que incluiu mudanças no depósito compulsório, a média diária estava em R$ 35 milhões. Em março, antes do início do programa de corte de juros, os desembolsos diários eram de R$ 11 milhões.

O BB ainda não tem um balanço consolidado das suas operações de empréstimos em maio.

IMÓVEIS TÊM A MENOR ALTA EM 20 MESES

Preços sobem 0,9% em maio, na terceira desaceleração seguida, apura pesquisa FipeZap

O preço do metro quadrado dos imóveis residenciais prontos no País subiu em maio 0,9%, a menor variação desde setembro de 2010, quando o Índice FipeZap começou a ser pesquisado. O indicador reúne informações dos preços do m² dos imóveis, principalmente usados e também novos, exceto lançamentos, em seis regiões metropolitanas e no Distrito Federal. As informações são de anúncios na internet.

"A alta de preço de maio deste ano é um terço da taxa registrada em abril de 2011 (2,7%), quando se iniciou a trajetória de desaceleração", afirma o coordenador do indicador, o economista Eduardo Zylberstajn.

Ele explica que o mercado imobiliário residencial passa por um ajuste, iniciado um ano atrás. De lá para cá, os preços têm tido algumas oscilações para cima, mas, na média, a trajetória é de desaceleração.

O grande boom nos preços do mercado imobiliário que houve nos últimos anos foi provocado pela maior oferta de crédito, por condições facilitadas de financiamento, com juros menores e prazos maiores, e pelo fato de o mercado de trabalho apresentar crescimento de emprego e renda, tendo como pano de fundo uma forte demanda por imóveis.

Com os lançamentos feitos pelas construtoras nos últimos anos, a oferta aumentou e as condições financiamento não tiveram grandes alterações. Portanto, a tendência de comportamento dos preços é de desaceleração. "O ajuste deve continuar", prevê Zylberstajn. A pesquisa mostra que, com o resultado de maio, ocorreu a terceira desaceleração consecutiva dos preços dos imóveis.

No vermelho. De abril para maio, em três das sete regiões pesquisadas, a variação de preços do m² dos imóveis prontos ficou abaixo da inflação prevista para o período, de 0,46%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central (BC). Em Salvador, por exemplo, pelo segundo mês seguido houve variação negativa nos preços, de -0,6% em abril e de -1,3% em maio. Em Belo Horizonte, a alta em maio foi de 0,43% e de 0,46% no DF.

Em São Paulo, o maior mercado consumidor do País e referência para o setor, os preços do m² subiram 1,2% em maio, foi a menor variação registrada para o mês da série histórica. Neste ano, os preços dos imóveis anunciados subiram 6,3%, quase a metade do registrado em igual período de 2011 (12%) na região.

O preço médio do m² nas sete regiões pesquisadas atingiu R$ 6.594. A maior cotação foi dos imóveis do Distrito Federal, cujo preço do m² foi de R$ 8.254.

Na vice-liderança do preço do m² no mês passado, estão os imóveis do Rio de Janeiro, com R$ 7.991, seguidos pelas propriedades localizadas na capital paulista (R$ 6.448). O menor preço médio do m² no mês passado, apurado pelo Índice FipeZap, ocorreu em Salvador (R$ 3.618). "A demanda está mais comportada e não há mais aqueles casos de um edifício inteiro ser vendido num fim de semana", diz Zylberstajn.

DESCOMPASSO ENTRE PREÇO DE IMÓVEL E RENDA AFETA MERCADO

Nos últimos anos, o valor dos imóveis cresceu muito acima da renda, criando um descompasso entre a capacidade de endividamento das famílias e o financiamento imobiliário. Enquanto a renda média do trabalho do brasileiro subiu 43% entre 2007 e 2011, o valor médio dos financiamentos de aquisição de imóveis
 feitos pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) aumentou 83%. As novas regras de financiamento anunciadas ontem pela Caixa Econômica Federal tendem a facilitar o acesso de novas famílias ao crédito.

Em 2007, o empréstimo médio concedido pelo SFH era de R$ 82 mil, com parcela inicial que comprometia 42% da renda de um casal médio brasileiro, considerando prazo de 30 anos. No ano passado, o financiamento médio atingiu R$ 150 mil, com as parcelas iniciais equivalendo a 52% da renda do casal.

O valor do financiamento médio pelo SFH tende a subir ainda mais neste ano e no próximo, dado que os empréstimos tomados ao longo de 2011 estão ligados a repasses de lançamentos mais antigos das incorporadoras, e não capturaram toda a alta dos imóveis. Por esses valores, a linha de crédito voltada para a classe média, que é o SFH, se mostrava viável apenas para menos de 20% da população. A ampliação do prazo do financiamento de 30 para 35 anos amplia, assim, o número de famílias capazes de comprar imóveis no país.

Antes, tendo como base a taxa de juros de 10% ao ano (mais TR e custos com seguro), praticada em boa parte dos bancos, a parcela inicial para um financiamento de R$ 82 mil em 30 anos era de R$ 949 por mês, equivalente a 42% de R$ 2.285, a renda média de um casal (duas rendas médias mensais de R$ 1.142) em 2007. Já um financiamento de R$ 150 mil gera parcela mensal inicial de R$ 1.692, que compromete 52% da renda média de um casal em 2011, de R$ 3.278 (duas rendas de R$ 1.639). Com juros menores e mais prazo, essas parcelas vão cair.

Algumas das principais incorporadoras imobiliárias do país indicaram, nas últimas semanas, que estavam cancelando contratos assinados há alguns anos, durante o boom do mercado imobiliário, porque os clientes não teriam condições de passar pelo crivo de análise de crédito dos bancos no momento do repasse do financiamento da construtora para o mutuário final, que ocorre na entrega das chaves.

Antes mesmo no anúncio das novas regras, porém, as empresas informaram que estavam conseguindo encontrar novos compradores para os imóveis, e até estavam lucrando com a venda dos apartamentos a preços maiores. Mas como há um volume enorme de entregas de imóveis, previstas para 2012 e 2013, o mercado começou a se questionar sobre o tamanho do problema.

Na avaliação dos bancos, a parcela do financiamento não deve ultrapassar 30% da renda disponível do casal (ou das pessoas que compuserem a renda). Isso significa que, para tomar o financiamento pelo SFH em 2007, era preciso que a renda disponível fosse de R$ 3.163 mensais. Em 2011, o valor subiu para R$ 5.640 por mês.

Se o brasileiro médio já não conseguia se financiar pelo SFH em 2007, ficou ainda mais difícil em 2011 - restando para ele as linhas do FGTS, para imóveis de custo menor e com taxas reduzidas. As novas regras da Caixa - de mais prazo e menos juros - devem facilitar o acesso ao crédito imobiliário.

O Valor procurou o Secovi e a Abecip para saber se eles fazem estimativa de quantas pessoas ou casais no Brasil possuem o nível de renda necessário para tomar empréstimos nos valores atuais, mostrando o público-alvo potencial total desse mercado.

Por meio da assessoria de imprensa, o Secovi, que representa as incorporadoras e construtoras de São Paulo, disse que esse tipo de estudo nunca foi feito pelo órgão. A Abecip informou que é muito difícil fazer essa conta, porque faltam estatísticas oficiais e existem muitas combinações possíveis para a composição de renda. Pesa ainda a possibilidade de o trabalhador usar o FGTS para pagar parcelas.

Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009 e nos números da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE, é possível calcular que o 1% mais bem remunerado da população nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife) ganha R$ 21 mil por mês. Aqueles que compõem os nove pontos percentuais seguintes têm renda média de R$ 6 mil. O segundo decil (entre 10% e 20% mais ricos) possui renda média individual de R$ 2,6 mil.

Com base nesses números, e considerando casais da mesma faixa de renda, um pouco menos do que os 20% mais ricos da população que trabalha é capaz de comprar imóveis no Brasil. Nas seis regiões pesquisadas pelo IBGE, os 20% mais ricos são 4,5 milhões de pessoas, ou 2,2 milhões de casais de mesma renda.

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